O tambaqui de Rondônia vem conquistando o paladar dos brasileiros de norte a sul. “Fabuloso! Já procurei outros, até tenho tambaqui aqui na fazenda do meu tio, a 50 quilômetros de Viçosa, Minas Gerais, mas o diferencial daí é o modo de preparo juntamente com o tempero. É uma coisa inexplicável! Porque a textura, o peixe, eh! Enfim, tudo muito diferente do que eu achei por aqui. Com certeza voltarei pra comer esse tambaqui,” descreve entusiasmado o mineiro Nilo Lima, fotógrafo profissional de Viçosa-MG, que esteve em Porto Velho a trabalho, quando experimentou o tambaqui preparado na brasa.
Apostando no potencial gastronômico do tambaqui há 5 anos, um restaurante especializado na espécie abriu com a proposta inicial de trabalhar somente com cortes e peças do peixe em seu cardápio, de acordo com Lucivania da Silva Alves, gerente do restaurante que tem como prato destaque o tambaqui na brasa sem espinha.
“Pois é um peixe muito saboroso, de paladar marcante e carne macia e suculenta, quando assado. É rico em nutrientes e muito saudável, não tem outro igual!”, destaca a gerente
Daniela Maciel, mora em Campinas, São Paulo, comeu o tambaqui pela primeira vez em Rondônia, nunca tinha ouvido falar de tambaqui por lá! Quando chegou em Rondônia, em 2007, ouviu falar sobre os peixes típicos da região, como a jatuarana, pintado, pirarucu, dourado e, enfim, foi experimentando até chegar no tambaqui. “A primeira vez que comi o tambaqui, foi ensopado, e na época o gosto não foi muito característico, inclusive era um gosto que encontrava em outros peixes, e aí não dei tanta atenção pro tambaqui. Mas o tempo passou e fui convidada para comer um tambaqui assado na folha de bananeira, e aí sim! Achei o peixe fantástico. Era formidável mesmo assado, não tenho algo que eu consiga fazer uma referência direta com o gosto”.
“Não tenho uma memória gastronômica que me leve associar o tambaqui a outro tipo de alimento. Então, o gosto dele assado é bem dele mesmo. Enfim agrada demais!” relembra Daniela.
O TAMBAQUI DE RONDÔNIA
“Várias ferramentas produtivas vêm sendo implementadas na piscicultura rondoniense com o objetivo de produzir um peixe com uma qualidade de palatabilidade elevada, diferente do produzido há anos atrás, peixe com gosto de ranço, que as pessoas falavam e reclamavam”, explica Maria Mirtes Pinheiro, gerente de aquicultura e pesca da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri).
“Nosso peixe tem qualidade, não só por conta do manejo alimentar, mas também pelo manejo da espécie durante a despesca. Todos os fatores que contribuem para um sabor desagradável no peixe são trabalhados aqui em Rondônia para evitar esse tipo de reclamação. Já faz um tempo que não temos essas reclamações do peixe de Rondônia, por essa questão, que é considerado um peixe de qualidade superior”, explicou Mirtes.
A gaúcha Viviane Zanella, que mora em Bento Gonçalves, também aprovou a iguaria. Ela conta que sempre ouviu falar do tambaqui e tinha muita vontade de conhecer. Foi surpreendida por um casal de amigos de Rondônia que levou o tambaqui e prepararam assado na grelha.
“Tanto eu como meu marido ficamos surpreendidos pelo sabor maravilhoso do tambaqui, especialmente pela carne branca saborosa. Só deixou boas lembranças. Pra comer de novo acho que vou ter que ir pra Rondônia”, comenta a gaúcha.
NOVOS PADRÕES DE CONSUMO
Com a profissionalização e o desenvolvimento dos centros urbanos a população demanda cada vez mais por produtos pré acabados que facilite o manejo e a preparação em casa. Elaine dos Santos fala que gosta de comprar um tambaqui de boa qualidade, com procedência e sem espinhas. “Gosto de comprar peixe fresco e sem espinhas, pois é prático e fácil de preparar. Além de dar segurança em deixar minha filha pequena comer, destaca Elaine.
Francisco Hidalgo Farina, produtor e presidente da Associação dos Criadores de Peixes de Ariquemes e Região (Acripar), esclarece que os brasileiros são muito exigentes quanto a sua independência dada a condição patrimonial. Assim como todas as outras proteínas, quando você vai ao mercado e encontrar costela de boi, costela de porco, carne com osso, carne sem osso e outros cortes que vão dar melhor condição de consumo e agregação de valor nessa proteína.
“Com o tambaqui não será diferente, vai estar sendo consumido in natura, como já é consumido no Brasil inteiro, especialmente na região Norte, mas é óbvio, nós precisamos estabilizar essa cadeia, e o fortalecimento vem quando estiver totalmente processada, porque aí é um mercado mais abrangente,” esclareceu Farina.
QUALIDADE SANITÁRIA GARANTIDA
Os fatores sanitários são fiscalizados pela Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron) que realiza inspeções de forma permanente nos frigoríficos de peixes no estado para garantir o controle de qualidade dos pescados.
Rondônia tem hoje cerca de seis estabelecimentos entre indústria e agroindústrias familiares que atuam no ramo. Destes, dois estabelecimentos já possuem o Selo de Inspeção Estadual (SIE) e os demais o Selo de Inspeção Federal (SIF).
Além da fiscalização nas plantas industriais, “a Idaron está realizando levantamento e cadastramento dos produtores de alevinos. Com objetivo de garantir a espécie que está sendo produzida, a qualidade sanitária e ter o controle da origem e destinos da produção de alevinos. Nossa perspectiva é ter um trabalho mais eficaz com maior segurança para nossa sociedade,” informa Júlio César Rocha Peres presidente da Idaron.
Fonte
Texto: Dhiony Costa e Silva
Fotos: Renata Silva e arquivo Emater
Secom – Governo de Rondônia