Mesmo sendo uma fruta amazônica, o cultivo do cacau ainda enfrenta algumas dificuldades em Rondônia, mas para mudar essa situação, os agricultores e o governo do Estado estão criando a Câmara Setorial do Cacau.
O consumidor geralmente não associa chocolate a fruta, e menos ainda a uma fruta nativa da Amazônia, mas é do cacau que se produz a iguaria que se faz os ovos de páscoa e os saborosos bombons de chocolate, mas pouca gente sabe dos desafios enfrentados para produzir essa iguaria.
Um grupo de agricultores de diversos municípios, prefeitos e chefes de órgãos do governo estadual, estiveram reunidos no auditório da Ceplac (comissão Executiva do Plano da lavoura Cacaueira) para criar a Câmara Setorial do Cacau, e enfrentar os problemas técnicos sanitários e mercadológicos que dificultam o desenvolvimento da lavoura cacaueira no Estado.
Um dos agricultores presentes na reunião, o produtor rural Claudio Coimbra do município de Jaru, disse possuir 18 mil pés de cacau, dos quais 15 mil ainda foram plantadas de semente no sistema convencional de cultivo e três mil são originárias de clones de alta produtividade trazidos da Bahia e cultivados com nova tecnologia inclusive irrigação localizada.
Claudio diz que as novas tecnologias resolvem o problema da baixa produtividade das lavouras antigas cuja media de produtividade está abaixo de mil quilos por hectare enquanto que os novos cultivos com uso de tecnologia e assistência técnica da Ceplac e Emater-RO podem superar os 3 mil quilos por hectare.
Para facilitar o acesso dos agricultores às novas técnicas as autoridades tem feito um esforço conjunto, os pesquisadores da Ceplac estão selecionando clones cada vez mais tolerantes as doenças como a vassoura de bruxa e a prefeitura de Jaru implantou um jardim clonal para oferecer material genético de alta produtividade e resistência aos agricultores do município.
Com a criação da Câmara Setorial do Cacau pretende-se interferir em outros aspectos da cadeia produtiva como melhorar o incentivo oficial para cultura como questões de crédito e oscilações de preços, e até organizar o setor a ponto de atrair indústrias processadoras de chocolate, diz Inaldo Pedro, Prefeito de Jaru .
O superintendente da Ceplac Cacildo Viana diz que ate o ano de 2020 haverá um déficit de mais de 50 mil toneladas de cacau em relação a demanda por chocolate no mundo. Atualmente o maior consumo per capita está na Europa, mas outras regiões do mundo vêm aumentando o consumo, como é o caso da China que mais que dobrou seu consumo nesta década.
O Brasil era o segundo maior produtor de cacau do mundo até a década de 70, mas devido as oscilações de preço e a entrada da doença conhecida como vassoura de bruxa, na Bahia, a produção brasileira despencou, mas com as novas tecnologias de produção e iniciativas de organização da cadeia produtiva está havendo uma recuperação e o país já é o sexto maior produtor mundial de cacau, segundo o anuário estatístico do cacau.
Enoque de Oliveira
Jornalista –DRT /RO-913
Fotos: Irene Mendes
Repórter fotográfica – SRTE/DRT/RO-368
EMATER-RO