Com apoio de instituições dos governo federal e de Rondônia, a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Pacto das Águas promoverá deste sábado (14) até a segunda-feira (16), na Terra Indígena Rio Branco, em Alta Floresta do Oeste, encontro para intercâmbio de experiências em boas práticas de manejo e comercialização da castanha-do-brasil em terras indígenas e reservas extrativistas. O evento se concentrará na aldeia São Luís, com a participação de caciques, lideranças indígenas e representantes de associações e instituições governamentais e não-governamentais. Está prevista a presença de 70 pessoas.
Um dos momentos mais importantes do encontro será a terceira etapa de trabalho – reuniões de avaliação e planejamento -, quando será debatida a possibilidade de criação de uma agenda de negócios para os povos indígenas da TI Rio Branco e Igarapé Lourdes (Ji-Paraná). O modelo de exploração e comercialização da castanha adotado pelos Tupari, Arara e Gavião deverá ser ampliado para outras unidades de conservação protegidas.
A Pacto das Águas atua com o apoio do governo de Rondônia, através da Vice-Governadoria e da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), para consolidar uma cadeia de valor para a produção e comercialização da castanha em unidades de conservação de uso sustentável, contribuindo com estratégias de desenvolvimento econômico pautadas na manutenção da floresta e respeito à cultura das populações tradicionais. Desde 2015 os parceiros atuam para ampliar a cadeia.
O engenheiro florestal, Flávio Augusto Tiellet, assessor técnico da Vice-Governadoria, disse que os objetivos desse trabalho são dobrar a produção da castanha, hoje em torno de 1.700 toneladas; melhorar o preço, saindo de R$ 2,40 – valor pago por atravessadores – para R$ 4,80 o quilo; e incluir a castanha no cardápio da merenda escolar. As comunidades organizadas e orientadas pela Pacto das Águas já conseguem valor melhor para o produto.
Foram convidados para o encontro, representantes de aldeias e de áreas extrativistas localizadas em Costa Marques, São Miguel do Guaporé, Cacoal, Ji-Paraná e Alta Floresta. Estão previstas palestras, oficinas e dias de campo.
PROGRAMAÇÃO
No sábado pela manhã serão iniciadas as palestras sobre estruturação de cadeias produtivas e o cenário atual da produção da castanha em Rondônia e contexto da produção extrativista enquanto política pública, exposições feitas por Savio Gomes, da Pacto das Águas e o professor José de Sá, da Universidade Federal de Rondônia (Unir), respectivamente. À tarde, a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) fará exposição sobre recursos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
O dia de campo acontecerá no domingo (15), com visita aos castanhais, barracões e entrepostos da Terra Indígena Rio Branco, e troca de experiência entre os povos indígenas. A seguir, os participantes irão se reunir em trabalhos de grupo, para discutir os desafios e gargalos da produção e comercialização coletiva, e construção de uma agenda de negócios. Na segunda-feira (16), a Pacto das Águas apresentará a proposta de continuidade e ampliação da cadeia com a entrada de outras áreas protegidas e, posteriormente, ocorrerá rodadas de discussão e encaminhamentos do encontro.
Secom – Governo de Rondônia