Até o próximo domingo, o Coletivo Madeirista finalizará um mural sobre a crise climática que ameaça a Amazônia e o restante do país nas laterais da EEEF 21 de Abril, em Porto Velho. A ação faz parte de uma mobilização em todos os estados da Amazônia e no Distrito Federal, organizada pelo projeto Megafone Ativismo. O objetivo é marcar o Dia Nacional da
Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, celebrado em 16 de março. Apesar dos
eventos climáticos extremos que têm impactado o Brasil, a data, instituída pela Lei nº
12.533/2011 e que tem como objetivo promover debates e mobilizações sobre medidas de
proteção dos ecossistemas brasileiros para o enfrentamento da crise climática, ainda é pouco conhecida pela população.
Para ampliar a conscientização sobre a urgência do tema e a necessidade de enfrentamento
de suas causas e adaptação às consequências que já estamos sentindo, a iniciativa prevê a
realização de murais artísticos em fachadas externas, especialmente de escolas e instituições de ensino. A proposta é utilizar a arte como ferramenta de educação e mobilização social, destacando a importância dos povos indígenas para a solução dessa crise. Para isso, todos os murais têm em comum a frase “Consciência climática para sustentar o céu”, em referência à “Queda do Céu”, livro de Davi Kopenawa, presidente da Hutukara Associação Yanomami e uma das mais destacadas vozes indígenas na defesa dos povos originários e da floresta. Os murais foram concebidos e estão sendo executados por 10 coletivos do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e do Distrito Federal, reforçando o papel da juventude e da arte na luta climática.
Os artistas Deivis Santos, Ariana Boaventura, Elisabete Christofoletti, Nilson Carolino e Joesér Alvarez estão executando uma obra complexa, que utiliza diferentes técnicas e se desdobra em várias camadas de imagens e significados. Na esquina será pintada a imagem de uma indígena e a frase HUTUMSÝSI YÃMAKÈ HUERI PIHIO, que significa céu nós segurar
queremos. Os demais segmentos do muro serão preenchidos com árvores em diferentes
formatos. Nas extremidades, elas estarão desfolhadas, nas cores preto e cinza, junto a
imagens de fogo e incêndio aplicadas em lambes. Próximo ao portão principal da escola, as
árvores estarão cheias de vida, com pássaros e flores, além de peixes, aplicados com a
técnica stencil, e imagens de paisagens amazônicas, em lambes. No dia 15, os artistas
oferecerão uma oficina de lambes aos alunos da escola.
Por: Assessoria