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População de evangélicos aumenta em Rondônia, o estado é o segundo em proporção na região Norte, revela IBGE

Ainda assim, o Estado é o segundo do Brasil com maior proporção de católicos e o terceiro com menor parcela de evangélicos

Ao longo dos 12 anos que separam as últimas edições do censo demográfico brasileiro, a população evangélica avançou em todo o Brasil. Em 2022, mais de 1,5 milhão de residentes do Ceará a partir de 10 anos declararam seguir essa religião, cerca de 20,8% das mais de 7,6 milhões que estão nessa faixa etária — ou 1 em cada 5 pessoas. Pouco mais de uma década atrás, em 2010, eram 1.017.601 pessoas, 14,3% dos moradores do Estado que, naquele momento, estavam na faixa etária pesquisada.

Por outro lado, a parcela católica do Estado reduziu nesse mesmo período. No Censo Demográfico de 2010, a religião Católica Apostólica Romana foi declarada por mais de 5,6 milhões de pessoas, 79,1% dos residentes de 10 anos ou mais do Ceará naquele período. No levantamento de 2022, o total de católicos reduziu para cerca de 5,3 milhões, enquanto a proporção referente à população nessa faixa etária foi para 70,4%.

Os dados relacionados ao perfil religioso da população residente no País foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta sexta-feira (6). De acordo com a publicação, essa mudança já era uma tendência captada nos censos demográficos de 2000 e de 2010. A consolidação dela apareceu no levantamento de 2022.

Em todo o Brasil, houve uma redução de 8,4 pontos percentuais (p.p.) na proporção de católicos, que saiu de 65,1% em 2010 para 56,7% em 2022. Essa queda, porém, foi menor do que a apresentada entre 2000 e 2010, quando a perda foi de 9 p.p., passando de 74% para 65,1%.

Católicos no Brasil

  • 2010: 105.4 milhões (65,1%)
  • 2022: 100.2 milhões (56,7%)

Já a parcela de evangélicos aumentou de 21,6% para 26,9% entre 2010 e 2022, um aumento de 5,2 p.p., menor do que na década anterior. Entre 2000 e 2010, essa proporção cresceu 6,5 p.p., ao sair de 15% para 21,6%.

Evangélicos no Brasil

  • 2010: 35 milhões (21,6%)
  • 2022: 47,4 milhões (26,9%)

População evangélica por estado

O maior avanço de evangélicos entre 2010 e 2022 ocorreu na população do Acre. Em 2010, aproximadamente um em cada três acreanos de 10 anos ou mais afirmava ser evangélico, correspondendo a cerca de 33% deles. Em 2022, essa parcela aumentou para 44,4% — 13 p.p. a mais.

Além do Acre, outros três estados que lideram a lista de maior proporção de evangélicos são da região Norte. Em segundo lugar está Rondônia, com 41,1% de evangélicos, seguido por Amazonas (39,4%) e Amapá (36,4%). O 5º lugar do ranking é do Espírito Santo, que lidera na região Sudeste, com 35,4% de evangélicos.

Quatro dos estados com as menores parcelas de pessoas dessa religião estão no Nordeste: Piauí (15,6%), Sergipe (18,3%), Ceará (20,8%) e Paraíba (20,8%). Em seguida, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte dividem o 5º lugar, com 21,4% de evangélicos.

Ranking da proporção da população declarada evangélica

Acre – 44,4% – População: 830.018 pessoas
Rondônia – 41,1% – População: 1.581.196 pessoas
Amazonas – 39,4% – População: 3.941.613 pessoas
Amapá – 36,4% – População: 733.759 pessoas
Espírito Santo – 35,4% – População: 3.833.712 pessoas
Pará – 35,3% – População: 8.120.131 pessoas
Roraima – 34,4% – População: 636.707 pessoas
Goiás – 32,6% – População: 7.056.495 pessoas
Mato Grosso do Sul – 32,5% – População: 2.757.013 pessoas
Rio de Janeiro – 32,0% – População: 16.055.174 pessoas
Tocantins – 31,0% – População: 1.511.460 pessoas
Mato Grosso – 30,0% – População: 3.658.649 pessoas
Distrito Federal* – 29,2% – População: 2.817.381 pessoas

São Paulo – 27,3% – População: 44.411.238 pessoas
Paraná – 26,1% – População: 11.444.380 pessoas
Maranhão – 25,4% – População: 6.776.699 pessoas
Pernambuco – 25,2% – População: 9.058.931 pessoas
Minas Gerais – 24,8% – População: 20.539.989 pessoas
Santa Catarina – 23,4% – População: 7.610.361 pessoas
Bahia – 23,4% – População: 14.141.626 pessoas
Alagoas – 22,9% – População: 3.127.683 pessoas
Rio Grande do Norte – 21,4% – População: 3.302.729 pessoas
Rio Grande do Sul – 21,4% – População: 10.882.965 pessoas
Paraíba – 20,8% – População: 3.974.687 pessoas
Ceará – 20,8% – População: 8.794.957 pessoas
Sergipe – 18,3% – População: 2.210.004 pessoas

Piauí – 15,6% – População: 3.271.199 pessoas

Católicos nos estados brasileiros

Também foi um estado da região Norte que registrou a maior redução da população católica entre 2010 e 2022, em pontos percentuais. No Amapá, 51% das pessoas de 10 anos ou mais declararam seguir a religião em 2022, frente a 64,2% dos amapaenses dessa faixa etária em 2010. Essa mudança representou uma queda de 13,1 p.p. no estado.

Ainda que tenha reduzido em todo o País, a proporção católica da população representa mais da metade dos habitantes em 21 das 27 unidades federativas do Brasil. Essa parcela não chega a 50% apenas no Distrito Federal (49,7%), no Espírito Santo (47,8%), no Acre (38,9%), em Roraima (37,9%), em Rondônia (40,9%) e no Rio de Janeiro (38,9%).

Em três delas, porém, mais da metade da população havia se declarado católica no Censo Demográfico de 2010: Distrito Federal (57,2%), Espírito Santo (54,2%) e Acre (52,0%).

Por outro lado, seis estados nordestinos estão no topo da lista de maiores proporções de católicos.

  • Piauí: 77,4%
  • Ceará: 70,4%
  • Paraíba: 69%
  • Sergipe: 67,8%
  • Rio Grande do Norte: 67%
  • Maranhão: 64,4%
  • Legenda: A proporção de católicos no Ceará reduziu entre os Censos Demográficos de 2010 e 2022, passando de 79,1% dos residentes de 10 anos ou mais para 70,4% Foto: Kid Jr

Religião no Censo Demográfico de 2022

O perfil religioso das pessoas de 10 anos ou mais de idade residentes no País foi investigado pelo IBGE no questionário da amostra do Censo Demográfico 2022, em que pessoas dessa faixa etária responderam à pergunta “qual é sua religião ou culto?”. Em Terras Indígenas e nos Setores Censitários de agrupamentos indígenas, a redação do quesito foi alterada para “qual a sua crença, ritual indígena ou religião?”, com o objetivo de captar melhor as informações desse grupo populacional.

Os resultados apresentados também mostram informações relacionadas a religião segundo as características como sexo, cor ou raça, grupos de idade e nível de instrução. Também existe a desagregação por características dos domicílios, como o acesso domiciliar à internet e a condição de ocupação da residência.

A religião da população é investigada desde o primeiro Censo Demográfico brasileiro, realizado em 1872. Porém, a forma de coleta e divulgação dessa informação passou por transformações relevantes ao longo do tempo.

Naquele primeiro ano, por exemplo, o recenseador assinalava se cada morador recenseado era “cathólico” ou “acathólico”, segundo informações do IBGE. Além disso, toda a população escravizada foi recenseada como católica, sem possibilidade de declarar outra religiosidade. As religiões afro-brasileiras só apareceram como uma categoria em 1980.

Em 150 anos de levantamento censitário da declaração de religião (1872-2022) no Brasil, são muitas as mudanças registradas. Nesse um século e meio, o catolicismo apostólico romano, antes a religião do Império, religião da quase totalidade da população brasileira e religião oficial do Estado até a Constituição da República de 1891, vem perdendo espaço hegemônico para diversas outras religiosidades, compondo assim, um quadro multirreligioso da população residente no Brasil.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

O IBGE conduziu o censo demográfico pela primeira vez em 1940 e, naquele ano, 94,7% da população com 10 anos ou mais de idade se declararam de religião católica apostólica romana. Os evangélicos representavam 2,7% e os espíritas, 1,2%. “Outras religiões” foram declaradas por 1,1% da população nessa faixa etária, enquanto 0,2% afirmou não ter religião.

Escrito por Gabriela Custódiogabriela.custodio@svm.com.br
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