InícioDestaquesParticipação nas exportações brasileiras devem aumentar em meio à "guerra" tarifária entre...

Participação nas exportações brasileiras devem aumentar em meio à “guerra” tarifária entre Estados Unidos e China

O Brasil pode se beneficiar de várias formas com a guerra comercial entre Estados Unidos e China, principalmente por conta do seu papel como grande exportador de commodities agrícolas, minerais e energéticos.
Veja alguns pontos principais:
1. Aumento nas exportações para a China
Com os Estados Unidos impondo tarifas a produtos chineses e a China retaliando, os chineses passaram a buscar outros fornecedores para produtos que antes compravam dos americanos — como soja, carne, milho, petróleo, entre outros. O Brasil, sendo um dos maiores exportadores de soja do mundo, se tornou uma das principais alternativas para suprir essa demanda.
2. Ocupação de mercados deixados pelos EUA
Se empresas americanas enfrentam barreiras para exportar à China, o Brasil pode ocupar esse espaço, ganhando participação de mercado. Isso vale especialmente para alimentos, produtos agrícolas e até certos tipos de manufaturados.
3. Melhora nos termos de troca
O aumento da demanda chinesa por produtos brasileiros pode elevar os preços das commodities exportadas pelo Brasil, o que melhora os termos de troca (o valor das exportações em relação às importações).
4. Atração de investimentos
Empresas estrangeiras (inclusive chinesas) podem ver o Brasil como uma plataforma estratégica para produção ou exportação, visando mercados que estão sofrendo com as restrições mútuas entre EUA e China.
Mas claro, também há riscos e limitações:
•Dependência excessiva da China: Aumentar muito a dependência de um único mercado pode ser arriscado se houver mudanças nas políticas comerciais ou desaceleração econômica por lá.
•Volatilidade nos preços: A guerra comercial pode causar incertezas nos mercados globais e flutuações nos preços das commodities.
•Impactos indiretos negativos: Uma desaceleração global provocada por tensões prolongadas entre EUA e China pode afetar a demanda global, o que também prejudicaria o Brasil.
Mais alguns setores estratégicos da economia brasileira  podem se beneficiar — ou já estão se beneficiando — da guerra comercial entre Estados Unidos e China:
Agropecuária
Produção de soja: China compra mais do Brasil (Getty Images/Getty Images)
Soja
•A soja é o grande destaque. Com as tarifas chinesas sobre a soja americana, o Brasil se tornou o principal fornecedor para a China.
•Isso aumentou os preços pagos pela soja brasileira e incentivou o aumento da produção.
•Porém, esse crescimento também gera preocupações ambientais, como o avanço do desmatamento para abrir novas áreas agrícolas.
Carne bovina e suína
•A China enfrentou problemas com a peste suína africana e aumentou suas importações de carne. O Brasil aproveitou o momento e se tornou um grande fornecedor.
•A demanda chinesa por carne brasileira cresceu muito nos últimos anos, abrindo espaço para mais exportações e geração de empregos no setor.
Crescimento na demanda por minério de ferro
Mineração e siderurgia
Minério de ferro
•A China é o maior consumidor mundial de minério de ferro e aço.
•Como parte da retaliação aos EUA, a China buscou fortalecer laços com outros fornecedores, como o Brasil, aumentando as compras da Vale.
•Isso tem gerado receitas importantes para o setor mineral brasileiro.
Interesse chinês no pré-sal
Petróleo e energia
•O Brasil, como produtor crescente de petróleo (especialmente do pré-sal), passou a vender mais para a China, que tem aumentado o consumo energético.
•A China busca diversificar fornecedores de petróleo, e o Brasil, com estabilidade institucional relativa e produção crescente, entra como uma opção confiável.
Indústria e manufatura
•Apesar de ser mais difícil competir com a China ou os EUA em produtos industrializados, o Brasil pode ocupar nichos onde há tarifas cruzadas.
•Exemplo: produtos químicos, celulose, papel, alimentos processados e até itens têxteis podem encontrar novas janelas de oportunidade em mercados que buscam alternativas fora dos EUA e da China.
Logística e infraestrutura
•O aumento das exportações exige melhor infraestrutura — portos, ferrovias, rodovias. Isso chama atenção de investidores (inclusive chineses) interessados em investir em logística no Brasil para facilitar o escoamento de commodities.
•Empresas chinesas têm investido em terminais portuários, ferrovias e empresas de energia no Brasil, como forma de garantir segurança no fornecimento.
Esse cenário pode ser uma janela estratégica para o Brasil reposicionar sua economia internacionalmente, desde que saiba equilibrar as oportunidades comerciais com responsabilidade ambiental, investimento em infraestrutura e diversificação de parceiros comerciais.
Exportações Brasileiras para a China em 2024
Em 2024, a China manteve-se como o principal destino das exportações brasileiras. Os produtos mais exportados foram:
Exportações Brasileiras para a China em 2024
Exportações Brasileiras para a China em 2024 © Divulgação/Porto de Santos

Exportações Brasileiras para a China em 2024

1.Mineração:
•Minério de Ferro: As exportações de minério de ferro alcançaram US$ 27,1 bilhões em 2024, consolidando-se como o principal produto exportado para a China. A demanda chinesa por aço impulsiona essa exportação.
2.Agropecuária:
•Soja: Com US$ 26,2 bilhões exportados, a soja permanece como um dos pilares das exportações brasileiras para a China. A crescente demanda chinesa por farelo de soja para alimentação animal sustenta essa posição.
•Carnes: A carne bovina registrou exportações de US$ 3,9 bilhões, enquanto a carne suína e de aves alcançaram US$ 1,22 bilhão e US$ 1,17 bilhão, respectivamente. A busca por proteínas pela população chinesa tem elevado as exportações desses produtos.
3.Energia:
•Petróleo: Os óleos brutos de petróleo somaram US$ 12,8 bilhões em exportações para a China. O estado do Rio de Janeiro destacou-se, sendo responsável por 17% das exportações brasileiras para o país asiático, com o petróleo representando 96% desse montante.
4.Indústria de Transformação:
•Celulose e Açúcar: Produtos como celulose (US$ 2,4 bilhões) e açúcar (US$ 1,33 bilhão) também têm participação relevante nas exportações, atendendo à demanda chinesa por insumos industriais e alimentícios.
A guerra comercial entre Estados Unidos e China abriu oportunidades para o Brasil expandir sua participação no mercado chinês, especialmente em commodities agrícolas e minerais. No entanto, é essencial monitorar a dependência de um único mercado e buscar diversificação para mitigar riscos associados a flutuações econômicas e políticas internacionais.
Fonte: FazComex
Fonte: SINFRERJ
- publicidade -spot_img
- publicidade -spot_img
- publicidade -spot_img
- publicidade -spot_img
- publicidade -spot_img

Mais lidas