As novas instalações do Instituto de Educação Rural Abaitará, localizado na RO-010, a 32 quilômetros de Pimenta Bueno, foram entregues pelo governo de Rondônia em ato que reuniu na quadra poliesportiva recém-construída parlamentares, autoridades locais, secretários de Estado, técnicos, a direção, alunos e professores.
Além da quadra, foram entregues aviário, aprisco (criação de carneiros), curral, pocilga, laboratório de informática, alojamentos para alunos e salas de aula. Construídas pela construtora ML Engenharia, as obras resultam de investimentos no montante de R$ 4 milhões e 600 mil provenientes do Programa Integrado de Desenvolvimento e Inclusão Socioeconômica (Pidise).
O programa é financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e elenca dezenas de obras em Rondônia nas áreas da saúde, educação e segurança pública entre outras, no valor de quase meio bilhão de reais.
Ao chegar ao Instituto Abaitará, transformado em autarquia em sua gestão, o governador Confúcio Moura inicialmente conversou com estudantes, interrogando sobre suas preferências de estudo e convivência longe das famílias. Os 120 alunos, de mais de 30 municípios de Rondônia, têm aulas práticas e teóricas e dormem no local. Eles desenvolvem rotina de estudos com hortas, ordenha de animais, plantio de cacau e outras culturas, viveiros e compostagem entre outras atividades.
Depois, no ato em que anunciou a entrega das instalações, o governador Confúcio Moura disse que o Instituto Abaitará é uma oportunidade para os estudantes do curso técnico em agroecologia levarem uma mensagem transformadora para suas famílias, na maior parte dedicadas à produção agrícola, para que promovam “o uso correto e manejado do solo”.
“Quando cheguei a Rondônia a ordem era desmatar. Agora, o conceito é outro. Hoje não tem mais isso de sair desmatando, não. Vocês tem uma responsabilidade grande em sair daqui e difundir ações transformadoras para seus pais”, disse o governador.
Confúcio Moura sublinhou que o estado assumiu o Instituto Abaitará, com 270 hectares de floresta nativa, com a perspectiva de injetar conhecimento e promover uma consciência ambiental que dê relevo à riqueza da manutenção da floresta em pé.
“Não temos o direito de destruir nascentes dos rios, as florestas e os solos. Não precisamos fazer isso. Esta é minha mensagem para vocês. A floresta é uma riqueza. Vamos plantar floresta, é rentável para a economia. Rondônia já nos deu muito. Chegou a hora de dar conhecimento, de mudar”, concluiu.
O governador acrescentou: “Vocês que estão estudando agroecologia tem de ter conhecimento profundo dos solos. Essa escola é uma oportunidade para isso. Se saírem dela sem saber quais as espécies florestais aqui estão, então não adiantou nada”, disse.
SATISFAÇÃO
Regis Capelato é um jovem decidido e extrovertido. Conta que já se sente feliz no Instituto Rural de Educação Abaitará, que ganhou autonomia administrativa ao se transformar numa autarquia na administração Confúcio Moura. “Eu já me sinto em casa, estou bem e feliz”, disse, sorridente.
“Um amigo meu que estudou no segundo ano me falava muito bem do lugar. Então resolvi pesquisar sobre o Abaitará, gostei e resolvi fazer a prova para entrar. Passei em 17º lugar”, conta. Quer fazer agronomia na federal (Unir) de Rolim de Moura.
A assistente social Telma Pinto, funcionária da Emater com pós-graduação em Agroecologia, chegou junto com os novos alunos. Feliz em contribuir no Instituto Abaitará, disse que os estudantes são muito bem tratados e os professores têm excelente preparo.
É o que disse também o estudante do terceiro ano do curso de técnico em agroecologia Luiz Miguel Ferreira de Souza, de 16 anos. Teve aulas com profissionais portadores de doutorado e mestrado, e sua intenção é talvez cursar medicina veterinária. A família tem propriedade em São Francisco do Guaporé, onde cria gado de corte, e neste último ano de curso Miguel vai decidir pelo curso superior. Até lá, está feliz e integrado à natureza.
Tayla Maria dos Santos, de 17 anos, também chegou na segunda-feira. Os avós tem sítio e sempre gostou do campo, por isso resolveu cursar o Instituto Abaitará. A família planta café e cria gado em propriedade localizada em Costa Marques. Sentada no banco com os novos amigos, sentirá saudade, mas está no caminho que traça para o futuro – quer fazer agronomia.
GESTÃO
A diretora Eliane Cristina Faria disse que o Instituto Abaitará é uma missão de vida, é um casamento. “Impregna a gente de tamanha forma que vamos tocando, sonhando, planejando, executando, fazendo. Agradeço muito o governador pelo carinho e olhar que ele tem pela educação de Rondônia, em especial pelo nosso Instituto”, disse.
Eliane Cristina disse ainda que o Instituto Abaitará é exemplo de cooperação porque para seu funcionamento estão envolvidos profissionais da Emater, Secretaria de Estado da Educação, Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão (Sepog) e outras instituições, fazendo outro agradecimento – à equipe técnica do Pidise e ao secretário George Braga (Planejamento).
O presidente da Câmara de Vereadores de Pimenta Bueno, Paulo Adail, disse ter sido uma atitude correta quando o legislativo local decidiu fazer a doação da área de terras do Instituto ao estado. “Essa instituição oferece oportunidade que poucos têm. Avança a educação em Rondônia e avança a passos largos”, disse, reconhecendo a qualidade do ensino oferecido.
O secretário George Braga, coordenador geral dos contratos do Pidise, disse que o ato de entrega das instalações significa “fazer um pouquinho de história”. Ele relembrou quando o governador idealizou o projeto e o “sonho aconteceu”. “Aqui é o processo de uma futura faculdade rural”, afirmou.
Representantes da Assembleia Legislativa no evento, os deputados Cleiton Roque, Só na Bença e Laerte Gomes anunciaram a intenção de destinar emendas de bancada para fortalecer o Instituto Abaitará, com novos investimentos. Só na Bença adiantou que irá trabalhar para que todos os 24 deputados estaduais destinem cada um emenda no valor de R$ 50 mil.
Estiveram presentes ainda o prefeito de São Felipe, José Luiz; o vice prefeito José Mendes; a vice-prefeita de Pimenta Bueno Ana Bastos; Paulo Aquino, da residência do DER de Cacoal; vereador Marquinhos de Pimenta Bueno e Maria Emilia Silva, assessora técnica, que atua no acompanhamento dos contratos do Pidise; a vice-diretora do Instituto Abaitará Lucilene Gonçalves e secretários das regionais de Governo em Cacoal e Rolim de Moura.
Texto: Mara Paraguassu
Fotos: Daiane Mendonça
Secom – Governo de Rondônia