O governo federal, em parceria com os governos estaduais da Amazônia Legal, vai criar frentes de atuação para combater os incêndios florestais.
Primeiro, decidiu proibir o uso do fogo durante a estiagem. Em seguida, vai concentrar o combate a incêndios em 21 municípios que acumulam mais de 50% dos focos na Amazônia.
Além disso, o governo adotará uma estratégia coordenada entre forças de defesa e fiscalização, envolvendo órgãos federais, estaduais e municipais.
Essas diretrizes foram definidas em uma reunião realizada na quarta-feira (21) no Palácio do Planalto, em Brasília. O encontro contou com a participação de integrantes do Governo Federal, governadores e representantes dos nove estados amazônicos e do Pantanal, com o objetivo de monitorar os efeitos da estiagem na região.
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) anunciou as medidas. Segundo a ministra Marina Silva, a reunião foi crucial para planejar novas ações.
Ela afirmou: “Foi uma reunião muito importante, onde apresentamos os esforços já feitos nos últimos 35 dias e traçamos novas estratégias. Na Amazônia, temos frentes de atuação do IBAMA e do ICMBio em parceria com os governos estaduais. Agora, estamos focando não apenas nos municípios que mais desmatam, mas também nos que têm mais focos de calor.”
De acordo com o MMA, a organização dessas frentes, que deve ocorrer ao longo das próximas semanas.
Desafios
Um dos principais desafios, segundo o MMA é que quase todos os incêndios na região resultam de atividades humanas.
Para enfrentar esse problema, o governo federal e os estados decidiram implementar medidas mais rigorosas. Assim, a partir de agora, práticas históricas de uso do fogo para manejar a terra serão proibidas e mais intensamente fiscalizadas.
Além disso, o mapeamento feito pelo governo revelou que as áreas mais afetadas estão localizadas próximas às rodovias que conectam Porto Velho (RO), o sul do Amazonas e Novo Progresso, no Pará.
Parceria
O governador do Amazonas, Wilson Lima, destacou a importância da colaboração entre os governos para reduzir os impactos da estiagem.
Ele afirmou que sem essa ação coordenada, os governos estaduais, federal e prefeituras não teriam sucesso em suas respostas. Lima observou que a estiagem afeta a população e a economia, dificultando o acesso à alimentação e água potável e prejudicando o transporte fluvial.
Já o governador de Roraima, Antônio Denarium, elogiou a parceria com o Governo Federal no combate ao desmatamento e aos incêndios florestais.
Incêndios na Amazônia
O governo informou que o Norte do país enfrenta cerca de 360 frentes de incêndios, com mais de 1,4 mil brigadistas envolvidos.
Desde janeiro, os registros mostram mais de 59 mil focos de incêndio na Amazônia, o pior número desde 2010.
Como resultado, a fumaça das queimadas alcança cidades em dez estados, que têm enfrentado céus cinzas e uma queda na qualidade do ar.