InícioBrasilForam registradas 25 ocorrências de ferrugem asiática em três estados

Foram registradas 25 ocorrências de ferrugem asiática em três estados

Com o término do vazio sanitário no dia 15 de setembro, nos estados do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, do Paraná, de São Paulo, de Rondônia e parte do Pará, está autorizado o início da semeadura da safra de soja. Para prever cenários de antecipação da ferrugem da soja durante a safra 2016/2017, os membros do Consórcio Antiferrugem estão monitorando as áreas e acabam de fazer os primeiros registros da ocorrência de ferrugem-asiática em soja voluntária ou “guaxa” (planta que nasce espontaneamente nas lavouras ou estradas). Após 15 de setembro foram relatadas 25 ocorrências: 8 no Paraná, 16 em São Paulo e uma em Mato Grosso.

Ferrugem asiática em Mato Grosso

As chuvas recentes nas regiões de Primavera do Leste e Campo Verde (Mato Grosso), a presença de plantas “guaxas” de soja e a existência de esporos do fungo causador da ferrugem-asiática na região favoreceram o surgimento da doença no fim do vazio sanitário. De acordo com informações da Embrapa, a identificação foi feita em Primavera do Leste, no dia 16 de setembro, pelo engenheiro agrônomo do Ministério da Agricultura, Wanderlei Dias Guerra.

Paraná e São Paulo

No Paraná e São Paulo os relatos de ferrugem em soja guaxa foram feitos pela Fundação ABC. Segundo o técnico Alan Cordeiro Vaz, 65{b160333f6ceb1080fb3f5716ac4796e548b167cdf320724da9e478681421f6da} dos pontos monitorados tinham a doença, enquanto que, na safra 2015/2016, 100{b160333f6ceb1080fb3f5716ac4796e548b167cdf320724da9e478681421f6da} dos pontos apresentavam ferrugem. “A situação atual é melhor do que a enfrentada no mesmo período da safra passada, principalmente devido ao inverno típico, mas a regularidade de chuvas recente possibilitou a germinação de soja guaxa”, relata Vaz.

Relato precoce

O relato precoce da ferrugem em plantas “guaxas” reforça a necessidade de monitoramento da doença. Mesmo assim, os pesquisadores da Embrapa não recomendam a antecipação das pulverizações com fungicidas. “Não há necessidade de fazer aplicações agora, porque o inóculo da ferrugem ainda é baixo, mas o alerta serve para informar que a ferrugem está presente e, mais do que nunca, é necessário o monitoramento constante”, diz a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja.

Manejo da ferrugem

Segundo a pesquisadora da Embrapa Soja, com o final do vazio sanitário e o início da semeadura da soja nas principais regiões produtoras, os agricultores precisam manejar adequadamente a ferrugem-asiática da soja, a mais severa doença da cultura. A infecção é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi que provoca desfolha precoce, compromete a formação, o desenvolvimento de vagens e o peso final do grão.

De acordo com dados do Consórcio Antiferrugem, o custo-ferrugem (gasto com fungicidas para controle + perdas de produção) médio é de US$ 2 bilhões por safra no Brasil. “Por isso, é imprescindível que os produtores façam o monitoramento das lavouras (desde o período vegetativo) para identificarem precocemente a presença de sintomas de ferrugem e tomarem as medidas de manejo adequadas”, alerta a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja.

Controle químico

Quando o uso de produtos químicos for necessário, Godoy orienta os produtores a usarem fungicidas eficientes nas doses recomendadas pelos fabricantes. “Além disso, é muito importante que os agricultores optem por produtos formulados em misturas com diferentes modos de ação e que façam a rotação dos fungicidas para atrasar o aparecimento de populações menos sensíveis/ resistentes do fungo”, diz a pesquisadora.

Atualmente já foram relatadas populações menos sensíveis a dois grupos de fungicidas sítio-específicos – os inibidores da desmetilação (IDM ou triazóis) e os inibidores de quinona externa (IQo ou estrobilurinas). “Somente os inibidores da succinato desidrogenase (carboxamidas) ainda não tiveram redução de eficiência. É preciso atrasar o aparecimento de populações menos sensíveis a esse modo de ação para preservar os produtos disponíveis no mercado”, explica a pesquisadora.

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