O empresário José Cardozo, em reunião na Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), apresentou o progresso alcançado nos últimos 12 anos produzindo alimentos e cosméticos à base de carne e óleo de avestruz.
O sucesso do empreendimento chama a atenção por ser genuinamente rondoniense e ter parque fabril em Mirante da Serra, a 385 quilômetros da Capital Porto Velho. O óleo de avestruz possui grande quantidade de ácidos graxos, os conhecidos ômega 3, 6, 7 e 9.
Cardozo se interessou pelo avestruz ao ver seu potencial comercial. “É a maior ave do planeta, pesa tanto quanto um homem (60 a 90 quilos), é dócil, exige pequenas áreas e é praticamente imune a doenças”.
Outro fator importante foi a constatação de que o óleo do avestruz possui grande quantidade de ácidos graxos. “Hoje somos a única indústria do mundo a produzir em larga escala este óleo”, disse.
A nutricionista Luana Cardozo, filha de José Cardozo, é responsável pela pesquisa e planta industrial. Ela diz que “a carne do avestruz é muito nutritiva e é um alimento que minimiza doenças. As propriedades do óleo vão ainda mais longe, regenerando tecidos e é coadjuvantes eficaz nos tratamentos de doenças degenerativas neurológicas e mesmo na diabetes crônica, aids e câncer”.
A nutricionista relatou que várias pessoas têm usado o produto e os resultados são surpreendentes, conforme mostram exames feitos por renomados institutos e laboratórios, como o da Universidade Federal do Pará (UFPA) – Instituto de Ciências Exatas e Naturais (Icen), Centro de Biotecnologia do Amazonas (CBA) e o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) de São Paulo.
José Cardozo explicou que tudo se aproveita desse animal: a carne, o óleo, as plumas, o couro (acessórios como bolsas, calçados, vestimentas) e até os ossos que podem ser usados como cabo de facas de luxo. “Por isso temos dois Serviços de Inspeção Federal (SIF), um para alimentos e outro para cosméticos”.
O secretário estadual da Agricultura, Evandro Padovani, após a apresentação, se prontificou em buscar parceiros (cooperativas e associações) que queiram criar o avestruz em Rondônia, já que quase toda a matéria-prima usada na fábrica de Mirante da Serra vem de outros estados, como São Paulo e Paraná.
Padovani afirmou que vai agendar reuniões com entidades de pesquisa, como a Fundação Rondônia de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa do Estado de Rondônia (Fapero) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e saúde via Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). “Agendaremos também com parceiros que tratam da produção e da comercialização, como a Superintendência Estadual de Desenvolvimento de Rondônia (Suder)”.
Texto: Marco Aurélio Anconi
Fotos: Dhiony Costa e Silva
Secom – Governo de Rondônia