Três crianças foram encontradas em situação de rua em Guajará-Mirim, Rondônia, no último domingo (20), e relatam terem sofrido agressões constantes em casa pela avó e uma prima.
As vítimas, localizadas após denúncias de que estariam revirando o lixo em uma avenida, sofriam agressões por meio de cordas, paus e outros objetos disponíveis.
De acordo com o relato delas à Polícia Militar (PM), as crianças afirmaram sofrer violência física constantemente pelos membros da família. Portanto, decidiram fugir de casa.
Além disso, uma delas mencionou comeu alho cru a força em uma ocasião e relatou que já chegou a sofrer agressão com um soco no nariz.
O Conselho Tutelar recebeu um chamado após o resgate das crianças. As autoridades informaram que os menores estavam sob a guarda da avó, determinada pela justiça, mas viviam anteriormente em um abrigo.
Por fim, as autoridades registraram o caso e as crianças receberam o encaminhamento ao comissário de plantão. Ademais, tiveram acompanhamento de um conselheiro tutelar, para que adotem todas as medidas cabíveis.
Violência doméstia contra crianças em Rondônia
Conforme o levantamento do Disque 100, Rondônia registrou mais de 1.200 denúncias de violência contra menores em 2023.
A maior parte dos casos envolve agressões físicas, mas também incluem abusos psicológicos, negligência e exploração sexual.
Os dados mostram que a violência doméstica, muitas vezes cometida por familiares ou responsáveis legais, é um problema recorrente no estado.
Segundo o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA-RO), mais de 70% das vítimas são agredidas dentro de casa.
Em cidades como Porto Velho, Ariquemes e Ji-Paraná, a média de denúncias tem aumentado nos últimos anos, refletindo a necessidade urgente de ações preventivas e de acompanhamento psicológico para as vítimas.
As autoridades em Rondônia ressaltam a importância de denúncias rápidas e da intervenção de órgãos como o Conselho Tutelar para proteger as crianças em situação de risco e interromper os ciclos de violência.