O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 43,3 milhões à Madeflona Industrial Madeireira Ltda., em recursos do Fundo Clima, um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima e vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). O apoio tem como objetivo a implantação de unidade de secagem de madeira de espécies nativas proveniente de manejo florestal sustentável em Itapuã do Oeste (RO).
A madeira virá do manejo sustentável das Florestais Nacionais (Flonas) de Jamari e Jacundá, em uma área total de 141 mil hectares, que estão concedidas à Madeflona. A nova planta terá estufas a vapor com controle de temperatura e umidade, sistema conhecido como kiln drying, que agregam maior valor à madeira produzida pela empresa. As pranchas tratadas por esse processo, inédito na Região Norte, têm maior resistência à deformação e ao empenamento, menor número de manchas e variações na coloração da madeira, e maior aderência a vernizes, tintas e outros acabamentos.
A estimativa é que as pranchas submetidas ao método kiln drying de secagem alcancem um preço 21% maior do que o das pranchas desumidificadas pelo processo convencional e equivalente 8,23 vezes o preço das toras in natura. Ao mesmo tempo, o custo de secagem, hoje feita em plantas de terceiros, será 72,1% menor.
Segundo o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, o aumento acelerado da temperatura global e a persistência das emissões de gases do efeito estufa tornam urgente a restauração e conservação das florestas. “Com uma tecnologia inovadora, esse projeto evidencia a viabilidade econômica do manejo florestal sustentável, que gera emprego e renda para a população local, promovendo um modelo de desenvolvimento mais justo e duradouro, em linha com as políticas públicas do governo do presidente Lula para a Amazônia”, ponderou.
Para o CEO da Madeflona, Evandro José Muhlbauer, o projeto representa um importante marco para a empresa. “O apoio do BNDES e do MMA nos concede a oportunidade de concretizar nosso compromisso com a inovação tecnológica aliada à sustentabilidade”, avaliou. “As modernizações que serão implementadas permitem a utilização de tecnologias de baixo carbono e maior eficiência na produção sustentável. Esse apoio do Fundo Clima permite a consecução firme e duradoura de nosso projeto, no propósito de construir um futuro protegendo e valorizando o que a natureza nos premiou por meio de nossas florestas”.

Instalações – A nova unidade será implantada em terreno de 64 mil metros quadrados, onde serão instaladas 20 câmaras para a secagem de 20 mil metros cúbicos de pranchas por ano, com aquecimento gradual, ventilação controlada e sensores para ajuste automático, garantindo umidade ideal entre 8% e 12%.
Além de reduzir custos e proporcionar ganhos de valor agregado, durabilidade, resistência e qualidade da madeira produzida, o projeto diminui custos de transporte e consumo de óleo diesel. Também possibilita o aproveitamento de cerca de 5 mil metros cúbicos de biomassa por ano, reduzindo impactos ambientais.
Florestas – O financiamento do BNDES ao projeto da Madeflona se insere na agenda estratégica de restauração e conservação florestal do BNDES, que já soma R$ 1,16 bilhão em apoio financeiro, desde 2023.
Deste total, R$ 650 milhões são recursos não reembolsáveis, aprovados para três iniciativas: o Floresta Viva, com recursos do Fundo Socioambiental do BNDES, e o Restaura Amazônia e o Florestas do Bem-Estar, com recursos do Fundo Amazônia, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
Outros R$ 516,4 milhões, em recursos reembolsáveis, foram aprovados, no mesmo período, para projetos ligados a florestas, por meio de programas como o Fundo Clima e BNDES Finem – Recuperação e Conservação de Ecossistemas e Biodiversidade.
Assessoria