A Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron) de Cacoal recebeu denúncia de uma professora da Escola Família Agrícola (EFA) de que três bovinos de uma propriedade vizinha entraram acidentalmente na instituição e se alimentaram com “cama de frango”, alimento proibido, de acordo com legislação federal.
A proibição é uma das principais medidas de prevenção da encefalopatia espongiforme bovina (EEB), conhecida como mal da vaca louca. Os animais foram abatidos na última semana.
A chamada “cama de frango” é o resultado da moagem da mistura da serragem de pinus (usada para forrar o chão dos viveiros das granjas) com as fezes das aves.
A Instrução Normativa 41/2009 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) proíbe alimentar ruminantes com produtos que contenham em sua composição proteínas e gorduras de origem animal. A IN também prevê multa para o produtor que alimentar seu rebanho com este tipo de alimento.
Após a denúncia, a equipe técnica da Idaron coletou uma amostra do material consumido pelos bovinos e confirmou, mediante exame em laboratório oficial do Mapa, que era “cama de frango”.
Os animais foram identificados e permaneceram na propriedade rural de origem, sendo proibido o trânsito desses bovinos.
Por se tratar de um acidente, o proprietário dos animais, que também notificou o fato à Idaron, não foi multado, sendo apenas notificado a enviar os bovinos para o abate.
O coordenador do Programa Estadual de Prevenção e Vigilância da EEB, Ney Carlos Dias de Azevedo, explicou que a doença da vaca louca pode ser transmitida ao humano através da ingestão da carne do animal contaminado. “Não há risco de contaminação através de contato com o animal”, ponderou.
O coordenador também contou que desde 2012 foram abatidos 404 bovinos em Rondônia como medida de segurança por terem ingerido alimentos com proteína animal, e que em 2014 foram feitas 132 fiscalizações em propriedades que realizam suplementação alimentar para os bovinos.
“A Idaron está alerta. O objetivo é coibir o uso de alimentos proibidos na alimentação dos ruminantes, como farinha de carne e ossos e cama de frango”.
A doença já causou enormes prejuízos para a pecuária bovina na Europa, além de ter causado morte de pessoas por ingerirem carne contaminada. No Brasil, há registro de apenas dois casos de vaca louca, sendo considerados como uma forma atípica da doença (que pode acontecer naturalmente em animais velhos). Por ingestão de alimento proibido não há nenhum registro.
Fotos: Idaron
Secom – Governo de Rondônia