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Brasil suspende exportações de carne de aves para mais de 40 países

MPT-RS/Divulgação Os últimos casos da doença de Newcastle em território nacional haviam sido registrados em 2006 nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reviu a certificação para exportações de carnes de aves e seus produtos, após a confirmação de um foco da Doença de Newcastle (DNC) em estabelecimento de produção avícola comercial, no município de Anta Gorda, no Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira (19). A restrição varia de acordo com os mercados, mas afeta as vendas para 44 países.

A certificação para exportação é um acordo bilateral entre países parceiros e, por isso, o ministério modificou preventivamente o Certificado Sanitário Internacional (CSI) de forma a atender às garantias e os requisitos acordados.

“Seguindo-se as regras internacionais de comércio de aves e seus produtos, a suspensão da certificação temporária é conduzida pelo Brasil, de forma a garantir a transparência do serviço oficial brasileiro, frente aos países importadores dos produtos. Desta forma, as suspensões estão relacionadas a área ou região com impedimento de certificação, que varia desde a suspensão por pelo menos 21 dias para todo território nacional ou até mesmo a restrição circunscrita a um raio de 50 quilômetros (km) do foco identificado”, explicou a pasta.

Suspensão nacional

Segundo o governo, para países como China, Argentina, Peru e México, a suspensão vale para todo o Brasil, por enquanto. Nesse caso, os produtos com restrições são carnes de aves, carnes frescas de aves e seus derivados, ovos, carne para alimentação animal, matéria-prima de aves para fins opterápicos, preparados de carne e produtos não tratados derivados de sangue.

Suspensão estadual

Do estado do Rio Grande do Sul, ficam restritas as exportações para África do Sul, Albânia, Arábia Saudita, Bolívia, Cazaquistão, Chile, Cuba, Egito, Filipinas, Geórgia, Hong Kong, Índia, Jordânia, Kosovo, Macedônia, Mianmar, Montenegro, Paraguai, Polinésia Francesa, Reino Unido, República Dominicana, Sri Lanka, Tailândia, Taiwan, Ucrânia, União Europeia, União Econômica Euroasiática, Uruguai, Vanuatu e Vietnã.

Entre os produtos estão carne fresca, resfriada ou congelada de aves; ovos e ovoprodutos; carnes, produtos cárneos e miúdos de aves; farinha de aves, suínos e de ruminantes; cabeças e pés; gorduras de aves; embutidos cozidos, curados e salgados; produtos cárneos processados e termoprocessados; e matéria-prima e produtos para alimentação animal. Suspensão regionalEm um raio de 50 km do foco não podem ser exportados carnes de aves, farinha de aves, penas e peixes para uso na alimentação animal e produtos cárneos cozidos, termicamente processados, não comestíveis derivados de aves, para o Canadá, Coreia do Sul, Israel, Japão, Marrocos, Maurício, Namíbia, Paquistão, Tadjiquistão, Timor Leste.

Os certificados para esses destinos com data de produção até 8 de julho não entram nas restrições e poderão ser emitidos, informou o ministério.

Sem restrições

Ainda segundo o comunicado do Mapa, produtos submetidos a tratamento térmico como termoprocessados, cozidos e processados destinados a Argentina, África do Sul, Chile, União Europeia e Uruguai não têm qualquer limitação e poderão ser normalmente certificados.

O ministério informou que “as regras de suspensão são revisadas diariamente, tendo em vista as tratativas em curso com os países parceiros, nas quais são apresentadas todas as ações que estão sendo executadas para erradicar o foco”.

Exportação

O Rio Grande do Sul é o terceiro maior exportador de carne de frango do Brasil, ficando atrás do Paraná e de Santa Catarina. Nos primeiros 6 meses do ano, o estado vendeu para o exterior 354 mil toneladas, gerando uma receita de US$ 630 milhões.

Essas exportações representaram 13,82% dos US$ 4,55 bilhões gerados pelo país e 14,1% das 2,52 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil no mesmo período.

No primeiro semestre, os principais destinos da carne de frango gaúcha foram os Emirados Árabes Unidos (48 mil toneladas/US$ 94 milhões), Arábia Saudita (39 mil toneladas/US$ 77 milhões), China (32 mil toneladas/US$ 52 milhões) e Japão (20 mil toneladas/US$ 43 milhões).

Por: Agência Brasil

55 Anos da Missão Apollo 11: Relembrando o Pouso na Lua

A missão Apollo 11 foi um marco na história da exploração espacial, representando um feito extraordinário da engenhosidade humana e do avanço científico. O pouso na Lua foi um momento de grande emoção e orgulho para a humanidade, e as imagens transmitidas ao vivo pela televisão ficaram gravadas na memória de todos que testemunharam esse momento histórico.

Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins foram verdadeiros heróis, arriscando suas vidas para cumprir um objetivo ousado e desafiador. Sua coragem, habilidades e trabalho em equipe foram fundamentais para o sucesso da missão e inspiraram gerações de exploradores e cientistas.

A Apollo 11 não apenas encerrou a Corrida Espacial entre os Estados Unidos e a União Soviética, mas também abriu portas para novas descobertas e conquistas no espaço. O legado deixado por essa missão é inegável, mostrando que com determinação, cooperação e criatividade, podemos alcançar grandes feitos e desbravar novos horizontes.

A conquista da Lua pela Apollo 11 foi um pequeno passo para o homem, mas um gigante salto para a humanidade, mostrando que juntos somos capazes de alcançar o impossível. A história da Apollo 11 continuará a inspirar e motivar futuras gerações a explorar o desconhecido e a buscar novos desafios, em busca do conhecimento e da superação.

Fonte: wikipedia

Nego Di doou R$ 100, e não R$ 1 milhão, ao Rio Grande do Sul, aponta investigação

Dilson Alves da Silva Neto, mais conhecido como Nego Di, está no centro de uma polêmica após alegações de fraude envolvendo doações para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. A Band e a CNN Brasil divulgaram que Nego Di teria mentido sobre o valor da sua contribuição para a campanha de arrecadação de fundos organizada por um amigo.

Segundo as investigações, Nego Di afirmou nas redes sociais que havia doado R$ 1 milhão, mas a quantia real depositada foi de apenas R$ 100, conforme revelado pela quebra do sigilo bancário conduzida pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS). O influencer teria modificado o recibo para aparentar uma doação muito maior, transferindo os R$ 100 para uma conta da Vakinha online.

Eduardo Gustavo Christ, o humorista conhecido como Badin O Colono e criador da campanha de arrecadação, se pronunciou nas redes sociais nesta sexta-feira (19), afirmando que não tinha como confirmar se a doação de Nego Di realmente foi efetuada.

O MP-RS está investigando Nego Di por suspeita de lavagem de cerca de R$ 2 milhões por meio de rifas virtuais. A esposa de Nego Di também foi presa durante a operação, após a polícia encontrar uma arma de uso exclusivo das Forças Armadas sem registro em sua posse. Além disso, dois carros de luxo do casal foram apreendidos. O influencer também enfrenta investigações por não entregar produtos vendidos pela sua loja “Tadizuera”.

Informações: Brasil 247

OPINIÃO PÚBLICA – Hildon Chaves é quem mais influencia o eleitorado na escolha do próximo prefeito de Porto Velho, aponta pesquisa

Instituto Paraná Pesquisas registrou que 86% da população porto-velhense considera como positiva a gestão de Hildon Chaves

Segundo o Instituto Paraná Pesquisas, Hildon Chaves, atual prefeito de Porto Velho, é quem tem maior capacidade de influenciar na decisão pública de votar em um candidato a prefeito de Porto Velho, de acordo com uma pesquisa ocorrida tendo como base eleitores da capital rondoniense, entre os dias 12 e 14 de julho de 2024.

Ao perguntar sobre o impacto da indicação de Hildon Chaves na decisão de votar em um candidato à prefeitura da capital, 71,9% dos entrevistados responderam que votariam em uma pessoa indicada por ele. O governador Marcos Rocha também aparece na pesquisa, com 62,8% dos entrevistados respondendo que votariam em alguém indicado por ele, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro obteve a mesma resposta por 59,1% das pessoas.

O Instituto Paraná Pesquisas também apontou que 86,9% da população porto-velhense considera positiva a administração do prefeito Hildon Chaves, com uma aprovação geral acima de 76%. A última vez que a pesquisa foi realizada em Porto Velho foi em abril de 2024, quando Chaves teve uma aprovação positiva de 79,7%, número que agora subiu para 86,9%.

Segundo o Instituto, a amostra representativa do município de Porto Velho atinge um grau de confiança de 95% para uma margem estimada de erro de aproximadamente 3,8 pontos percentuais para os resultados gerais. As entrevistas foram realizadas por uma equipe de entrevistadores e supervisores devidamente qualificada pelo Instituto Paraná Pesquisas, com experiência e treinamento em pesquisas de opinião pública. O Paraná Pesquisas é um instituto com 25 anos de atuação nas áreas de pesquisa política.

Caminhoneiro foi preso após clonar whatsapp da esposa e descobrir traição

O caminhoneiro foi preso por clonar o WhatsApp da esposa e descobrir sua traição. Furioso com a revelação, ele cometeu um ato covarde ao quebrar o celular no rosto dela e a agredir fisicamente, chegando até mesmo a tentar matá-la.

O crime chocante ocorreu em uma residência no bairro Ulisses Guimarães, na zona Leste da capital de Rondônia. O agressor, de 37 anos, foi detido pela Polícia Militar na noite de quarta-feira (17), após a mulher, de 36 anos e mãe dos filhos do casal, acionar as autoridades por estar gravemente ferida. Os filhos, de 11 e 14 anos, presenciaram toda a violência e foram expostos a uma cena terrível. O agressor foi encaminhado à delegacia da Polícia Civil para as devidas providências legais.

O caso chocou a população local e reforçou a importância de denunciar casos de violência doméstica. A mulher foi encaminhada para atendimento médico e o agressor ficará à disposição da Justiça. É importante lembrar que a violência contra a mulher é crime e deve ser reportada às autoridades competentes. A denúncia pode salvar vidas e evitar casos extremos como este.

Por Redação

Veja por que as empresas não dão retorno após a entrevista

Normalmente utilizado no contexto dos relacionamentos, o ghosting se transformou em um dos maiores desafios para quem está procurando emprego no mercado de trabalho contemporâneo. O termo, originado da palavra inglesa ghost, que significa fantasma, é frequentemente utilizado para descrever uma situação em que uma pessoa some da vida da outra sem fornecer qualquer explicação.

O termo “job ghosting” refere-se à prática de interromper abruptamente toda a comunicação com um candidato, deixando-o entender por conta própria que não está mais sendo considerado para a vaga. Segundo o especialista em educação empresarial Leonardo Loureiro, em vez de informar diretamente ao candidato que ele foi excluído do processo seletivo, o profissional de recursos humanos opta por simplesmente cessar o contato, independentemente do motivo.

“O que acontece é o candidato mandar seu currículo para uma empresa, é chamado para uma entrevista e se encontra com três a seis ou mais pessoas ao longo de vários meses, dependendo da posição. Inicialmente, ele se entusiasma com a oportunidade, mas essa empolgação se transforma em ansiedade quando a equipe de contratação permanece em total silêncio”, explica.

Prejuízos para o candidato

Em outras palavras, o “job ghostingos” acontece quando os responsáveis pela vaga não retornam ligações, mensagens de texto, e-mails ou mensagens no LinkedIn, indicando que a pessoa não conseguiu o emprego.

“A falta de feedback ou a ausência de uma resposta ao candidato é extremamente desmotivador para ele. Profissionais que passam por essa situação se sentem explorados, pois dedicam muito tempo e esforço às entrevistas, provas e dinâmicas, e criam expectativas em relação ao resultado à medida que avançam no processo. O candidato fica sem saber o que fez de errado e como pode melhorar suas habilidades para futuras oportunidades”, afirma o especialista em educação empresarial.

Motivos que levam ao “job ghosting

Frequentemente, os empregadores ignoram os candidatos quando contratam outra pessoa para a vaga, escolhem um funcionário interno ou mudam as prioridades devido a alterações internas, questões financeiras ou à implementação de inteligência artificial. O ghosting pode também indicar que a organização adota práticas de contratação antiéticas ou possui uma cultura empresarial que desrespeita seus trabalhadores.

Além disso, com o aumento das plataformas de contratação e o uso da inteligência artificial para agilizar o processo de candidatura, recrutadores e profissionais de recursos humanos recebem uma quantidade massiva de currículos diariamente. Esse alto volume de candidatos dificulta acompanhar todos com respostas personalizadas.

“A IA tem o poder de transformar o recrutamento, tornando os processos mais justos e eficientes. No entanto, para alcançar esse potencial, é necessário prestar muita atenção à qualidade dos dados, garantir a transparência dos algoritmos e manter um compromisso contínuo com práticas éticas”, explica Karen Salim, especialista em Inteligência Artificial.

Embora a IA possa reduzir muitos dos vieses humanos, ela não é uma solução mágica e deve ser implementada de forma responsável para realmente alcançar um recrutamento imparcial.

Por Ana Beatriz Bernardo

Eleições 2024: Convenções podem ser realizadas a partir deste sábado (20)

Os partidos e as federações devem realizar, a partir deste sábado (20) e até 5 de agosto, as convenções partidárias para oficialização da escolha de candidatas e candidatos aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereadores com vistas às eleições municipais de outubro.

Após a definição, o registro das candidaturas deve ser solicitado até 15 de agosto à Justiça Eleitoral por meio do Sistema de Candidaturas — módulo externo (CANDex).

Nas convenções também é deliberada a formação de coligações (união de dois ou mais partidos) para a disputa da eleição majoritária (prefeita ou prefeito).

Desde 2017, não é mais possível fazer coligação em eleições proporcionais (disputa para as vagas de vereadores e deputados estaduais e federais). Apenas partidos que já estejam unidos em federações poderão disputar essas vagas de forma conjunta.

As convenções partidárias podem ser realizadas de forma presencial, virtual ou ter formato híbrido. Partidos e federações podem usar gratuitamente prédios públicos, desde que comuniquem os responsáveis pelo local com antecedência mínima de uma semana.

As deliberações devem seguir a legislação eleitoral e as normas previstas nos estatutos dos partidos e federações.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) disponibilizou o Manual de Convenções e de Registro de Candidatura para facilitar o processo de escolha e registro de candidatas e candidatos que concorrerão ao pleito.

A publicação tem um capítulo inteiro sobre as federações, já que esse é o primeiro pleito municipal que terá a participação desse tipo de aliança partidária.

Além disso, o manual traz orientações sobre o número de candidaturas, normas para atendimento aos percentuais de gênero, medidas de destinação de recursos a candidaturas negras, entre outros aspectos previstos na legislação.

Quantidade de candidatos

Cada partido, federação ou coligação poderá registrar apenas uma pessoa aos cargos de prefeita ou prefeito e seus respectivos vices.

Já na eleição para vereador, poderá lançar até 100% do número de lugares a preencher mais uma candidata ou candidato, conforme a Resolução nº 23.609/2019, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A Lei Orgânica do município define o número exato de vereadores de cada cidade, respeitando os limites dispostos no artigo 29 da Constituição Federal.

O partido ou a federação também deve observar o percentual mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada gênero.

Na eleição para as câmaras municipais, não será admitida a postulação de candidatura única, devendo ser apresentada ao menos uma opção feminina e uma masculina.

Qualquer pessoa pode disputar um cargo público eletivo, desde que atenda a exigências constitucionais, como nacionalidade brasileira, pleno exercício dos direitos políticos, alistamento e domicílio eleitoral na respectiva circunscrição há pelo menos seis meses antes do pleito, bem como ter filiação partidária pelo mesmo período.

A pessoa também não pode ser enquadrada nas hipóteses de inelegibilidade previstas na Lei Complementar nº 64/1990.

Para disputar o cargo de prefeito ou vice, a idade mínima é de 21 anos, tendo como referência a data da posse.

Já para vereadora ou vereador, a idade mínima é de 18 anos, verificada em 15 de agosto, data limite para o pedido de registro.

Para participar das eleições, o partido ou federação deve ter seu estatuto registrado no TSE até 6 de abril. Além disso, o partido deve ter órgão de direção municipal constituído e registrado no TRE-SP antes da realização da convenção.

As Eleições 2024 estão marcadas para 6 de outubro (primeiro turno) e 27 de outubro (eventual segundo turno).

Por Sérgio Pastor

Laudo aponta que ossada em fazenda é de jovem desaparecida

O laudo da perícia divulgado pela Polícia Civil confirmou que a ossada encontrada enterrada em uma fazenda de Orizona, na região sul de Goiás, é de Dayara Talissa Fernandes da Cruz, de 21 anos. A jovem havia sido dada como desaparecida no fim de março pelo companheiro Paulo Antônio Herberto Bianchini, que agora está preso como principal suspeito do crime.

As investigações revelaram que Dayara esteve com Paulo na fazenda entre o fim de fevereiro e 10 de março. Paulo Bianchini foi preso em 1º de julho.

Na ocasião, o advogado de Paulo afirmou que o cliente se apresentou voluntariamente na delegacia de Vianópolis para colaborar com a Justiça. A defesa declarou que pretende contestar o que considera “incongruências contidas no inquérito policial, as quais são baseadas em indícios apenas em razão do vínculo afetivo entre Paulo e a vítima”.

Em 6 de julho, um corpo foi encontrado em estado avançado de decomposição, enterrado a 5m de profundidade. A perícia comparou o material genético da ossada com o dos pais de Dayara, a jovem desaparecida. Segundo a polícia, a identificação cadavérica direta não era mais possível.

Dayara desapareceu em 10 de março deste ano, em Orizona. Segundo a Polícia Civil, seu companheiro registrou o desaparecimento dela no dia 25 do mesmo mês. O delegado responsável pelo caso identificou contradições no depoimento de Paulo, levando a polícia a considerá-lo suspeito de homicídio, ocultação de cadáver e falso testemunho.

Devido às suspeitas, a polícia cumpriu mandados de busca, apreensão e prisão do suspeito em 24 de junho, mas as operações não tiveram sucesso em quatro cidades do interior de Goiás.

Por: Débora Oliveira

Desmatamento na Amazônia é ainda mais impactado por demandas do centro-sul do que pelas exportações

Foto: Ibama

A Amazônia Legal Brasileira (ALB) – que compreende toda a parte da Bacia Amazônica situada no Brasil e vastas porções adjacentes do Cerrado, estendendo-se por nove Estados – soma mais de 5 milhões de quilômetros quadrados (km2) e corresponde a quase 60% do território nacional. Atualmente, 23% dessa área já foi desmatada e mais de 1 milhão de km2 encontram-se degradados, colocando a região em risco de atingir um ponto de inflexão ecológica que poderia colapsar os ecossistemas e liberar bilhões de toneladas de carbono na atmosfera. Algumas regiões da ALB, especialmente nas franjas do Cerrado e no chamado “Arco do Desmatamento”, já são emissoras líquidas de carbono. A manutenção da área preservada e a recuperação de porções degradadas são necessidades urgentes, que mobilizam diferentes atores da comunidade global.

A demanda estrangeira por commodities é frequentemente considerada a motivação principal do desmatamento. Mas, embora esta constitua um fator muito relevante, os mercados domésticos exercem pressão ainda maior. Foi o que constatou um estudo realizado por Eduardo Haddad e colaboradores, publicado na revista Nature Sustainability.

“O desmatamento é frequentemente avaliado a partir da perspectiva da oferta, ou seja, quais setores produtivos estão promovendo a substituição das florestas por outros usos da terra, como agricultura e pecuária. A metodologia que adotamos permite ver o fenômeno do desmatamento também a partir da perspectiva da demanda, identificando as fontes de estímulos econômicos para que os setores produtivos se envolvam no desmatamento. Com base nesse critério, nosso estudo mostrou que 83,17% do desmatamento foi desencadeado por demandas de fora da Amazônia e apenas 16,83% por demandas da própria região. Na composição dos 83,17%, verificamos que 59,68% foram decorrentes de demandas do restante do Brasil e 23,49% de demandas do comércio internacional”, relata Haddad.

O pesquisador é professor titular da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e consultor de agências internacionais de desenvolvimento, como o Banco Mundial (BM), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Joint Africa Institute (JAI).

A metodologia adotada no estudo baseou-se principalmente na chamada Matriz de Insumo-Produto (MIP). Criada pelo russo naturalizado norte-americano Wassily Leontief (1906-1999), a MIP (Input-Output Matrix, em inglês) representa matricialmente as relações entre os diversos setores da economia, registrando os fluxos de bens e serviços e possibilitando conhecer os impactos que as alterações em um setor produzem nos outros.

“No Brasil, a MIP mais recente foi feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE] em 2015. Devido à complexidade matemática e à restrição de acesso aos dados de milhões de empresas e suas estruturas comerciais, não houve atualização depois disso. Usar dados de 2015 poderia ser inadequado se não fosse pelo fato de que, infelizmente, a estrutura da economia brasileira mudou muito pouco desde então. A década de 2010 foi a pior na série histórica de 120 anos do Produto Interno Bruto do país, com crescimento de apenas 0,3% ao ano. Por isso, utilizamos a MIP de 2015 adaptada para a Amazônia Legal Brasileira, combinada com dados setoriais e regionais de desmatamento e de emissões de gases de efeito estufa, para medir os impactos diretos e indiretos da demanda doméstica e internacional por insumos e produtos finais da ALB, com foco em setores intensivos em desmatamento, como a agricultura e a pecuária”, explica Haddad.

A configuração atual da Amazônia Legal Brasileira (imagem: IBGE)

Mudanças no uso da terra

A Amazônia passou por enormes transformações no último meio século. Inovações técnicas, investimentos em infraestrutura e mudanças políticas facilitaram a expansão do cultivo de soja: da região central do Cerrado para vastos segmentos da ALB. A produção local de soja, que era inferior a 200 toneladas em 1974, representando apenas 0,02% do montante nacional, alcançou 50 milhões de toneladas em 2022, 41,5% do total brasileiro. Igualmente vertiginoso foi o crescimento da pecuária: de 8,9 milhões de cabeças de gado em 1974 (9,5% do rebanho brasileiro) para 104,3 milhões de cabeças em 2022 (44,5% do total).

“A expansão da pecuária atendeu principalmente ao crescimento do consumo de carne, produtos lácteos e couro em outras regiões do país. Impulsionado pelo aumento da renda média per capita e pela rápida urbanização, o consumo de carne no Brasil subiu acima da média global após os anos 1960. Dos 1,4 milhão de hectares desmatados pela pecuária, 61,63% visaram atender, direta ou indiretamente, à demanda interna de fora da Amazônia e 21,06% à demanda internacional. O desmatamento por atividades agrícolas mostra um padrão diferente, com 58,38% atendendo à exportação e 41,62 ao mercado interno”, informa Haddad.

O estudo ressalta que, apesar de afetar diferentes biomas da Amazônia Legal, o desmatamento ocorrido até agora no Brasil se concentrou geograficamente nessa região. Em 2015, a ALB respondia por 65,7% do total do desmatamento acumulado no país. A pecuária foi a principal causa imediata (93,4% do total regional), seguida pela produção agrícola, principalmente de soja, milho e algodão (6,4%), e pela mineração (0,2%). A construção de infraestrutura e o processo intensivo de urbanização também fazem parte dos fatores antrópicos diretamente ligados à eliminação ou à degradação da cobertura vegetal original da Floresta Amazônica e do Cerrado.

“Atividades ilegais, como a grilagem de terras, são muito relevantes no contexto. Um estudo recente mostrou que metade do desmatamento da ALB nas últimas duas décadas ocorreu em terras públicas ocupadas ilegalmente por grileiros. Disputas legais têm levado décadas e não impedem que a maioria das áreas ilegais ou do desmatamento ilegal em propriedades privadas participe tanto do mercado de terras quanto do processo de produção”, acrescenta Haddad.

O estudo em pauta demonstra que a demanda econômica originada no centro-sul mais desenvolvido do Brasil impõe uma pressão ainda maior sobre o desmatamento na Amazônia do que as exportações internacionais. Esse conhecimento é muito relevante para orientar políticas públicas e ações da sociedade civil voltadas para preservação ou regeneração. E, como as mudanças no uso da terra, por meio da pecuária e da agricultura, continuam sendo as principais fontes de emissões de dióxido de carbono (CO2) no Brasil, o controle do desmatamento e da degradação torna-se imperativo para que o país possa cumprir suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa.

Além de Haddad, participaram do estudo Inácio Fernandes de Araújo Junior, Rafael Feltran Barbieri, Fernando Salgueiro Perobelli, Ademir Rocha, Karina Simone Sass e Carlos Afonso Nobre.

O grupo recebeu apoio da FAPESP por meio de dois projetos (14/50848-9 e 21/12397-9).

O artigo Economic drivers of deforestation in the Brazilian Legal Amazon pode ser acessado em: www.nature.com/articles/s41893-024-01387-7.

Fonte: Agência FAPESP* –José Tadeu Arantes | Agência FAPESP –

Prouni 2024/2: FIMCA Oferece Oportunidades de Bolsas para o Segundo Semestre

O Grupo Educacional Aparício Carvalho está oferecendo bolsas de estudo para diversos cursos da instituição através do Programa Universidade para Todos (Prouni) para o segundo semestre de 2024 de acordo com o cronograma anunciado pelo Ministério da Educação (MEC).

Requisitos para Inscrição

Para se inscrever no Prouni, os candidatos devem atender aos seguintes critérios:

  • Não possuir diploma de curso superior.
  • Ter participado das das edições de 2022 ou 2023 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
  • Obter no mínimo 450 pontos na média das notas do Enem e não ter zerado a redação.
  • Não ter participado do Enem sob a condição de “treineiro”.

Critérios de Renda

Para concorrer às bolsas oferecidas pelo Prouni, os candidatos devem comprovar a renda familiar bruta mensal:

  • Para bolsas integrais: até um salário mínimo e meio por pessoa.
  • Para bolsas parciais (50%): até três salários mínimos por pessoa.

Além disso, os candidatos devem cumprir pelo menos uma das seguintes condições:

  • Ter cursado o ensino médio completo ou parcial em escola pública, ou em escola particular na condição de bolsista integral ou parcial, ou sem a condição de bolsista;
  • Ser pessoa com deficiência;
  • Ser professor da rede pública de ensino, exclusivamente para os cursos de licenciatura e pedagogia, destinados à formação do magistério da educação básica.

Inscrições

As inscrições devem ser realizadas através do link: https://acessounico.mec.gov.br/prouni.

O período de inscrições para o Prouni será de 23 a 26 de julho de 2024.

Ofertas de Bolsas pela FIMCA

O Centro Universitário Aparício Carvalho – FIMCA está oferecendo um total de 134 bolsas pelo Prouni, sendo 75 bolsas parciais e 59 bolsas integrais para cursos variados. Os interessados devem se inscrever dentro do período estipulado pelo MEC e atender a todos os requisitos estabelecidos para concorrer a uma das bolsas ofertadas pela FIMCA.

Para mais informações sobre os cursos disponíveis e detalhes sobre as bolsas, consulte os arquivos anexados à matéria.