Os movimentos culturais PaCultura e Pró-Cultura, conhecidos por sua mobilização e influência nas políticas públicas culturais de Rondônia, convidam os candidatos à prefeitura de Porto Velho a firmarem um compromisso com a valorização da cultura local.
O primeiro candidato a aceitar o convite é Célio Lopes, que se reunirá com os representantes dos movimentos culturais para assinar um termo de compromisso. O encontro acontecerá no dia 08 de setembro, às 16h, no anfiteatro do Parque da Cidade.
Durante a reunião, Lopes terá a chance de dialogar sobre a importância da cultura para o desenvolvimento da cidade e demonstrar seu compromisso com a preservação e promoção do patrimônio cultural de Porto Velho.
PaCultura e Pró-Cultura destacam a relevância desse momento para o futuro cultural da cidade e convidam a população a acompanhar o evento, que marca um passo significativo na valorização da cultura local.
Célio Lopes propõe a implementação de um Plano Municipal de Cultura com metas claras e participação social. Além disso, pretende atualizar o Cadastro Cultural e realizar Conferências Municipais de Cultura periodicamente para assegurar a continuidade das ações culturais, bem como a criação e manutenção do Fundo Municipal de Cultura.
O candidato também planeja estruturar e incentivar equipamentos culturais como cinemas, teatros e museus, e construir o Centro Multieventos para abrigar grandes eventos culturais, como o Carnaval, o Festival Flor do Maracujá e a Expovel. Entre outras iniciativas, Lopes pretende revitalizar a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, com a ativação de um trecho da ferrovia, e desenvolver um calendário contínuo de ações culturais, revitalizando os Pontos de Cultura.
O plano de Célio Lopes para a cultura inclui a construção e ativação de espaços de convivências e usos público nas margens do rio, resgatando a cultura beradeira e a relação histórica da população com o rio Madeira.
Até às 11 horas desta sexta-feira (6), do total de 5.441 requerimentos de registro de candidatura para as eleições municipais, 5.360 já haviam sido julgados pela Justiça Eleitoral em Rondônia, totalizando 98,31% dos pedidos e 100% dos registros de partidos e coligações (DRAP).
Segundo o TRE, 4.555 candidaturas foram deferidas, 76 candidatos renunciaram, 117 registros foram indeferidos. Desses, 70 estão em prazo recursal ou aguardando julgamento do recurso e 47 já foram indeferidos definitivamente.
Dos 601 registros de partidos e coligações (DRAP), todos já foram julgados, 599 deferidos definitivamente e 2 deferidos com recurso.
Entre os 52 pedidos de impugnação de candidaturas, 47 já foram julgados. No estado todo, foram 12 impugnações registradas ao cargo de prefeito, 38 ao de vereador e 2 ao de vice-prefeito.
A história do Brasil é povoada por monstros desde muito tempo. Você sabia que lá por volta de 1564, isto é, quando os portugueses tinham acabado de chegar por aqui, eles acharam um monstrão na praia?
Pois é. Foi onde fica hoje a cidade de São Vicente, no litoral de São Paulo. Quem conta é Pero de Magalhães Gândavo, um dos nossos primeiros historiadores.
Ele diz que, certa noite, os índios tiraram do mar uma criatura que media mais de 3 metros de comprimento, cheia de barbatanas e pelos pelo corpo, “e no focinho tinha umas sedas muito grandes como bigodes”. Deram a ela o nome de ipupiara, ou demônio d’água em tupi antigo.
Até hoje não sabem o que é que era o bicho, mas suspeita-se que se tratava de algum leão marinho perdido, vindo das águas mais frias do sul do continente. O fato é que o mito permaneceu, ganhou estátua na cidade e inspirou até a criação do monstro da lagoa negra, que há em muitos filmes de terror.
Mas a nossa relação com os monstros não para por aí.
Olha o mapinguari, por exemplo, que supostamente viveria na amazônia e seria a nossa versão para o pé-grande. Dizem que ele é um monstro todo peludo, que não pode ser abatido nem com bala de revólver, e que tem patas de burro viradas para trás. Uma hipótese é que alguém um dia viu um bicho-preguiça gigante e aí deu origem à lenda.
Notou que tanto no caso do ipupiara quanto no caso do mapinguari, estamos falando de monstros que se parecem muito com animais que realmente existem? É, eis aí um detalhe importante. Muitas vezes, quando tomamos contato com o desconhecido, criamos monstros na nossa cabeça, porque é a nossa forma natural de reagir diante do que não explicamos.
Quando os europeus vieram parar no Brasil, toparam com toda uma turma de animais que jamais haviam visto, uma vez que eles não existiam na Europa. Natural que pensassem que eram monstros, não? Mas o Brasil também importou monstros de fora.
Tome o exemplo da cabra-cabriola. Essa é uma criatura que importamos das crenças portuguesas e que por muito tempo foi usada para botar ordem nas crianças travessas. Sabe o bicho-papão? Pois é, ela é uma versão nossa para ele: uma besta grandona, de dentes pontudos, que solta fogo pela boca e pelas narinas e sempre sai da toca à noite, para devorar meninos.
E a pisadeira, então? Essa é a nossa bruxa, embora também possa assumir a forma de um bruxo. Antigamente, nossos ancestrais acreditavam que os pesadelos eram causados por essas espécies de demônios que nos visitavam durante o sono e faziam peso nas nossas barrigas (note que a palavra “pesadelo” vem de “peso” e “pesado”). A pisadeira nada mais era do que a forma abrasileirada de explicar o pesadelo, mas sob a forma de uma criatura de cabelo desgrenhado, dedos compridos e nariz curvado.
Está vendo só? Os monstros são sempre a explicação que as pessoas encontram para justificar aquilo que elas ainda não compreendem muito bem.
O rio Madeira, o maior e mais decisivo afluente do rio Amazonas, se transformou em bancos de areia a perder de vista na altura de Porto Velho.
O Madeira virou um corredor silencioso, sem vibração, sem movimento e sem muita vida —num cenário em que já não existe horizonte há semanas, encoberto pela fumaça das queimadas que dominam Rondônia.
No último dia 3, o rio atingiu um nível mínimo recorde em Porto Velho, sem precedentes na série histórica iniciada em 1967.
Medições compiladas pelo SGB (Serviço Geológico do Brasil) mostram que a cota do rio ficou em 1,02 m, ultrapassando o recorde anterior, de 1,10 m em 2023, ano de seca extrema na Amazônia ocidental.
Lalo de Almeida/Folhapress
Agora, a estiagem se mostra mais severa, com o rio mais seco na região da capital de Rondônia, e mais duradoura, alcançando marcas históricas ainda no começo de setembro —em 2023, o Madeira atingiu baixas recorde para aquele momento em outubro e novembro.
Em 2024, além de isso se dar no começo de setembro, ocorre em meio a uma escassez absoluta de chuvas e a queimadas descontroladas em Rondônia. A seca ainda tem um longo caminho pela frente, e o rio tende a baixar ainda mais.
A alteração de paisagens, ora com cheia ora com estiagem, é uma característica amazônica. As comunidades ribeirinhas e tradicionais se adaptam a esses ciclos. O que tira essas comunidades do prumo são os extremos, cada vez mais recorrentes, como agora, com duas secas severas e extremas seguidas.
A constituição de bancos de areia com largura de 1 km e ao longo de vários quilômetros do rio isola comunidades inteiras, que vivem do cultivo de banana, mandioca, melancia e milho. A seca impacta o modo de vida das pessoas, que tentam garantir a produção mesmo sem chuva, o transporte até Porto Velho mesmo sem rio, o acesso a água potável mesmo com poços secos.
A reportagem da Folha esteve em uma dessas comunidades, a Itacuã, que fica a uma hora de Porto Velho. As famílias estão do outro lado do rio.
Raimundo Pereira do Nascimento, morador da Vila de Itacuã, em Porto Velho, observa do quintal de sua casa a faixa de areia que se formou no rio Madeira – Lalo de Almeida/Folhapress
A rotina da comunidade, quando não há estiagem, passa por cruzar o rio diariamente em embarcações, transportando a produção de banana, melancia e milho até o outro lado do Madeira, para envio a feiras e mercados na cidade. A água chega até o porto da comunidade, e uma rampa garante o acesso a terra firme na outra margem.
Esse cenário já não existe mais, nem essa rotina. Os cachos das bananas que se desenvolvem são transportados nos ombros pelos bancos de areia, até o ponto em que a embarcação alcança. No outro lado, é preciso subir um barranco, pela impossibilidade de uso da rampa.
Parte dos moradores deixou Itacuã para tocar a vida na margem oposta, enquanto perdurar a seca. Os que permanecem no lugar buscam garantir a produção das roças. As histórias se repetem em diversas comunidades enfileiradas. Segundo os moradores, são cerca de 500 famílias vivendo essa realidade nesse ponto do rio Madeira.
Parte dos agricultores que cultivam banana, principalmente os mais jovens, migrou para a atividade após a destruição de dragas de garimpo em ações do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da PF (Polícia Federal).
A exploração ilegal de ouro no rio Madeira, por meio de dragas, é recorrente, de Rondônia ao sul do Amazonas. Somente uma operação feita na região de Humaitá (AM), no último mês de agosto, resultou na destruição de 459 dragas. Garimpeiros confrontaram a polícia e botaram fogo em pontos da cidade para tentar impedir a ação.
Blendo Trindade, 27, atuou no garimpo de ouro no rio Madeira, com draga, até 2022, quando a embarcação foi destruída numa ação da PF. “Todo garimpeiro virou plantador de banana”, diz.
Ele e o irmão, Ricardo Trindade, 26, vivem em Itacuã e trabalham no cultivo de banana. “Está difícil porque, com essa seca toda, as plantas não estão se desenvolvendo”, afirma Ricardo.
Cachos de banana se perdem ainda pela impossibilidade de transporte. Itacuã pode ser acessada pela parte de trás, por terra, mas a estrada está em péssimas condições, e não há caminhão disponível para a necessidade de todas as comunidades.
Os agricultores preferem, assim, cruzar os bancos de areia, o que existe de rio e o barranco para dar vazão à produção.
O preço da banana está baixo, porque parte do que é produzido fica represada, sem alcançar outras cidades, em razão das condições ruins de navegação no rio. Também há mais plantação e mais concorrência, com ex-garimpeiros atuando na agricultura.
A pesca já não é fonte de renda nem de sustento, desde a construção da hidrelétrica Santo Antônio no rio, segundo os agricultores. A hidrelétrica —que paralisou parte de suas unidades geradoras devido à baixa histórica do rio— afirma que as obras não alteraram a qualidade da água e que as condições para a ictiofauna foram preservadas.
“Antigamente, a praia não era desse tamanho”, diz Raimundo do Nascimento, 67, que permanece com a família em Itacuã, para cuidarem da roça. Ele planta banana, melancia, açaí, laranja, pupunha e cacau. “As bananeiras não estão engrossando os cachos.”
Nascimento vê interferência da exploração intensa por garimpo no destino do rio. “O garimpo remexeu muito, assoreou bancos de areia.”
A comunidade tem dificuldade de acesso a água para beber, que é transportada da outra margem. Para banho ou cozimento de alimentos, vem de um poço artesiano.
Segundo os moradores, a Defesa Civil da Prefeitura de Porto Velho prometeu entregar água potável nesse momento de agravamento da seca.
Segundo a Defesa Civil, falta água potável em Itacuã e em mais 21 comunidades. O órgão afirmou que houve processo emergencial de compra de 187 mil litros de água mineral para atendimento às comunidades. Essa distribuição deve se estender até novembro e contar com doações de água pelo setor privado, segundo a Defesa Civil.
Haverá ainda perfuração de 23 poços artesianos, como forma de contornar a escassez, conforme o órgão da prefeitura de Porto Velho.
Desde abril de 2024, Porto Velho passou a ofertar atendimento veterinário gratuito para cães e gatos, direcionado à população de baixa renda. Após pouco mais de cinco meses de trabalhos oferecidos mediante licitação com a clínica Kin Casa Vet, alguns procedimentos deixaram de ser oferecidos.
No entanto, a maior parte dos atendimentos continuam sendo realizados, a exemplo de resgate animal, consultas, tratamento de ferida sem sutura, fluidoterapia, oxigenoterapia, amputação de membros, cirurgia ortopédica de membros, cirurgia abdominal de tecido mole, anestesia inalatória, intoxicação, internação, snap teste, bioquímicos, hemogramas e radiografias.
Já os atendimentos interrompidos neste momento são os de tratamento de ferida com sutura, eutanásia, parto com acompanhamento médico veterinário, parto com cirurgia e ultrassom.
SERVIÇO:
A Kin Casa Vet está situada na avenida Imigrantes, n° 2581 E – Sala 1, no bairro Costa e Silva.
O atendimento veterinário gratuito para cães e gatos é voltado para pessoas que estejam cadastradas no CadÚnico, Bolsa Família ou que possua Declaração de Atestado de Pobreza.
Proposta também apresenta melhorias para a navegação nas hidrovias da região Norte
O deputado federal, Maurício Carvalho (União Brasil-RO), apresentou nesta semana um projeto de lei que busca melhorar a navegabilidade das hidrovias na região Norte do Brasil. O PL 3450/2024 busca incluir dispositivos que garantam a dragagem contínua e eficiente dos rios da região no Programa Nacional de Dragagem Portuária e Hidroviária II.
A proposta altera a Lei nº 12.815 (Lei dos Portos) e também busca o mapeamento e monitoramento constante dos trechos críticos das hidrovias por parte das autoridades federais, além de estudos técnicos para identificar pontos que necessitam de dragagem, aquisição e manutenção de equipamentos para dragagem, capacitação de profissionais para a realização dessas atividades e o estabelecimento de parcerias com estados, municípios e a iniciativa privada para a execução das atividades de dragagem.
O processo de dragagem busca desobstruir o rio e melhorar a navegabilidade. Ou seja, é extremamente importante para o transporte fluvial e, consequentemente, para a economia da região Norte, especialmente diante da seca histórica que o estado de Rondônia enfrenta, com níveis nunca antes vistos.
Segundo órgãos de fiscalização, os prejuízos causados pela seca de 2024 indicam uma situação semelhante ou até pior que a de 2023. No ano passado, o prejuízo superou a marca de R$ 1 bilhão devido à interrupção do tráfego de embarcações.
“O transporte fluvial é essencial para a Região Norte, onde a população tem poucas alternativas de mobilidade. Com esse projeto, queremos garantir que os rios sejam navegáveis durante todo o ano, evitando prejuízos e melhorando a qualidade de vida das comunidades ribeirinhas”, destacou o deputado Maurício Carvalho.
A proposta aguarda despacho do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para seguir para análise das comissões da Câmara.
Dobradinhas entre partidos do centro e da direita são as mais comuns nas coligações formadas para as disputas às prefeituras do país nessas eleições. O mesmo padrão se repete nas trocas de legendas feitas por candidatos que disputaram o pleito de 2020 e se candidataram em 2024, mostra GPS Partidário da Folha.
O perfil das coligações e migrações entre os partidos são dois dos fatores usados na métrica criada pela reportagem para definir a proximidade entre 28 partidos registrados no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Os componentes foram mensurados junto com o perfil de votação na Câmara dos Deputados e a participação em frentes temáticas da Casa para ranquear o nível ideológico dos partidos, em que 1 é o máximo à esquerda e 100 o máximo à direita.
Cada quesito é influenciado por fatores diversos. A migração de legenda é uma decisão do candidato, que pode ser guiada tanto pela busca de mais recursos para a campanha ou pelo peso da legenda, por exemplo, além da ideologia da sigla.
No conjunto geral, a mudança mais comum aparece entre candidatos da direita e do centro, seguida por trocas entre o centro e entre a direita. Na esquerda, é mais comum a migração dentro desse próprio campo político. Na sequência aparecem mudanças com o centro e, por último, entre esquerda e direita.
Entre partidos, as quatro trocas mais frequentes envolvem o União Brasil, sigla criada em 2022 a partir da fusão entre DEM e PSL, situação que libera correligionários com mandato no Legislativo a trocar de legenda.
A migração mais frequente envolvendo o União Brasil foi com o PSD, do centro, com 2.380 registros, seguida pelo PP, centro, com 2.276, PL, direita, com 2.262 e MDB, centro, com 2.239.
Na outra ponta, entre as trocas menos frequentes, estão as migrações entre o Novo e o PT, com oito casos, PRTB e PSOL, com quatro, e Novo e PSOL, com três.
No caso das coligações, válidas apenas para as disputas às prefeituras, pesa o interesse de cada sigla em compor uma aliança no município.
Ao todo, foram 15.349 coligações neste pleito, a maior delas em Betim (MG), com 18 partidos apoiando o o candidato Heron Guimarães, do União Brasil. Foram considerados os partidos que estão coligados por fazerem parte de uma federação, caso do PT com PC do B e PV, PSDB com Cidadania e PSOL com Rede.
É mais comum que partidos de centro integrem coligações onde estão também siglas de direita. Um exemplo é a aliança de 11 legendas pela reeleição de Ricardo Nunes (MDB) à Prefeitura de São Paulo, que tem partidos dos dois espectros.
Na sequência aparecem alianças de siglas da esquerda com o centro, como aparece na coligação no Rio pela reeleição de Eduardo Paes (PSD), que tem também siglas de direita, e entre a própria esquerda, caso da campanha da deputada federal Maria do Rosário (PT) à Prefeitura de Porto Alegre (RS).
Os partidos de esquerda que mais se coligam com legendas do centro são o PDT e PSB. No centro, o PMB, Agir e Mobiliza formam mais alianças com partidos da direita. O União Brasil e o Republicanos, ambos à direita, estão mais coligados com partidos do centro.
O exemplo mais recorrente de legendas que integram as mesmas coligações é do MDB e PSD, juntos em 1.259 municípios. Bem menos comum são junções com partidos de campos totalmente opostos, caso do Novo e a federação do PT, coligados na disputa pela Prefeitura de Mariana, em Minas Gerais.
Fontes para a análise
Migração partidária: padrões de mudança de partido entre os políticos a partir de dados de candidatura registrados pelo TSE até 2 de setembro;
Frentes parlamentares: participação dos partidos em diferentes frentes temáticas na Câmara dos Deputados neste ano a partir de dados coletados no site da Casa em 29 de agosto;
Coligações eleitorais: alianças formadas entre partidos nas eleições de 2024 municipais com dados de candidatura registrados pelo TSE até 2 de setembro;
Votações na Câmara: padrão das votações dos deputados de acordo com o partido desde 2023 até 15 de agosto.
Técnicas estatísticas
Para analisar os dados sobre migrações partidárias, frente parlamentares e coligações eleitorais foi aplicada a técnica de Análise de Correspondência para extrair as principais tendências dos partidos. O posicionamento nas votações da Câmara foi obtido por meio do método estatístico da Teoria de Resposta ao Item em conjunto com o método de Monte Carlo, técnica matemática para lidar com dados faltantes, como no caso de deputados ausentes em votações
Classificação
Para cada medida, os partidos foram classificados com base em sua posição relativa. Esses rankings são então normalizados para uma escala de 1 a 100, onde 1 representa a posição mais à esquerda e 100 a posição mais à direita no espectro político. O posicionamento final de cada partido é determinado pela média aritmética simples dos quatro rankings normalizados. Os partidos são então ordenados com base nessa média e categorizados em grupos no espectro político.
Com um colete usualmente associado a operadores de mercado, Marçal faz campanha em SP - Nelson Almeida - 3.set.2024/AFP
O mercado financeiro já começou a testar o nome do influenciador digital Pablo Marçal (PRTB), fenômeno da hora na disputa pela Prefeitura de São Paulo, como eventual candidato na disputa presidencial de 2026.
Ao menos dois bancos de investimentos da Faria Lima, região em torno da avenida homônima que concentra sedes de instituições financeiras em São Paulo, encomendaram pesquisas de intenção de voto que incluem Marçal no rol de presidenciáveis.
Os levantamentos ainda estão em fase de elaboração de relatórios prévios à ida de pesquisadores a campo, segundo duas pessoas com conhecimento das tratativas disseram à reportagem.
Nada disso significa que Marçal seja um eventual candidato preferido do mercado a esta altura. Entre as obrigações de quem trabalha com investimentos está saber como cenários políticos afetam o ambiente econômico do país e, por isso, há o desejo aferir o tamanho nacional do nome do PRTB.
É muito cedo? Nunca é, segundo especialistas em pesquisas eleitorais. Marçal mesmo já tentou ser candidato a presidente em 2022, sem sucesso, e disse almejar o cargo. Na segunda (2), no programa Roda Viva, disse contudo que Lula só perde em 2026 se estiver morto e, neste caso, ele se vê favorito.
Ele saiu da obscuridade na disputa paulistana em maio, quando lançou-se de fato candidato, e empatou em primeiro lugar com Guilherme Boulos (PSOL) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) há duas semanas, segundo levantamento do Datafolha.
Nova pesquisa do instituto confirmou o empate nesta quinta (5), após uma ainda maior radicalização de sua estratégia política e sua ausência no horário eleitoral gratuito, devido ao fato de o seu partido não ter representação congressual.
De qualquer modo, a grosseria e o discurso motivacional de Marçal, evidenciado no desrespeito a regras da Justiça Eleitoral e de organizadores de debates, o colocou em uma posição de destaque nesta largada da corrida municipal.
Politicamente, ele bebe na fonte e pesca no lago eleitoral do bolsonarismo, emulando itens da bem-sucedida campanha do então irrelevante deputado federal pelo Rio Jair Bolsonaro à Presidência em 2018: quase sem tempo de TV e rádio, com um discurso antissistema e apelando à agressividade.
Marçal dobra a aposta, e isso causou um transtorno para os políticos bolsonaristas, dado o apoio formal do ex-presidente ao Nunes nesta campanha. Isso gerou um curto-circuito, com Bolsonaro e seu filhos abrindo guerra ao influenciador.
Sem Bolsonaro, inelegível até 2030, por ora o pleito de 2026 se organiza em torno do presidente Lula (PT) ou algum indicado de seu campo e nomes da direita, como os dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), cada qual com seu grau de bolsonarismo.
Em 2018, Bolsonaro foi o dito candidato do mercado a partir do momento em que a postulação de Geraldo Alckmin, então no PSDB e ironicamente hoje vice-presidente do governo Lula (PT) pelo PSB, fez água apesar da enorme frente de partidos de centro e centro-direita a seu redor.
Um dos marcos do processo foi uma convenção do banco BTG, em fevereiro daquele ano, em que Bolsonaro saiu aplaudido de pé ao misturar a usual demagogia populista radical a promessas de liberalismo extremo se eleito.
O relato do evento pela Folha constrangeu alguns dos presentes: durante meses, buscavam negar o ocorrido. Mas a realidade se interpôs, especialmente após a confirmação do economista liberal Paulo Guedes como nome de Bolsonaro para gerir a economia.
A agenda mais radical de Guedes nunca foi implementada, mas obteve vitórias pontuais como a reforma da Previdência no primeiro ano do governo e a implantação da autonomia do Banco Central. Ao fim, a escalada autoritária e os desmandos de Bolsonaro na pandemia acabaram por torná-lo um ativo tóxico.
O pensamento econômico de Marçal, se existe, é insondável. Ele se move por frases de efeito que geram os tais “recortes” para vídeos em redes sociais, e suas referências à economia por ora se equivalem aos preceitos de autoajuda de seus cursos online e falas a canais de educação financeira.
Em vídeos, o influenciador diz ser dono de um banco. Segundo o site Metrópoles, na realidade o General Bank é um intermediário que cobra ilegalmente R$ 45 de clientes para abertura de contas em outras instituições. Marçal disse depois no programa Roda Viva que a entidade estava em “teste”.
A previsão é que a segunda semana de setembro seja a mais quente do mês - (crédito: Getty Images)
Uma forte onda de calor atinge o Brasil na primeira quinzena de setembro, segundo alguns dos principais institutos de meteorologia do Brasil. A previsão é de que os termômetros registrem temperaturas máximas entre 40°C e 45°C em alguns Estados nesse período.
Isso poderia elevar a média da temperatura para a época e pode tornar este um dos meses de setembro mais quentes já registrados no país. Mas por que isso acontece?
A BBC News Brasil ouviu especialistas para entender se isso é algo atípico e quais fenômenos estão causando esse calor fora do comum.
Segundo o MetSul Meteorologia, uma massa de ar quente está cobrindo boa parte do Brasil e vai ganhar ainda mais força nos próximos dias. A previsão é que ela se expanda e leve altas temperaturas inclusive para o sul do país, onde as temperaturas são mais amenas nesta época do ano.
Guilherme Borges, meteorologista do Climatempo, diz que ele e seus colegas de trabalho avaliam que não é possível fazer projeções de que possamos ter recordes históricos.
“Vai ser forte, mas não é possível dizer que vai bater temperatura. Não temos como afirmar isso com base nos modelos que usamos. O que enxergamos são temperaturas entre 40 e 44°C nos próximos dias. Será uma onda de calor importante”, diz.
Guilherme explica que essa onda de calor, chamada pelo MetSul de “bolha de calor”, é causada pela estabilização de uma massa de ar quente e alta pressão atmosférica em boa parte do país.
“Ela intensifica a formação do ar quente de cima para baixo dificultando a formação de nuvens de chuva e deixando o tempo mais seco.
Ele explica que é normal esse calor no mês de setembro e que em 2023 também houve uma onda de calor semelhante, mas que ocorreu na segunda quinzena do mês e não na primeira como agora.
“Isso é culpa das mudanças climáticas, que têm um papel significativo nesses extremos de calor e chuva. Isso ocorre porque nosso planeta tem que dimensionalizar energia. Essas ondas de calor e chuva extremos ocorrem para compensar esse aquecimento”, diz.
Falta um mês para o primeiro turno das eleições municipais deste ano, que ocorre no domingo de 6 de outubro.
Os eleitores vão às urnas para escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores nas 26 capitais brasileiras e nas outras mais de 5,5 mil cidades do país.
O segundo turno, caso necessário, acontece no último domingo do mês, dia 27 de outubro, somente nas cidades com mais de 200 mil eleitores.
Com base principalmente em materiais informativos divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), a BBC News Brasil responde abaixo a perguntas sobre as eleições deste ano.
Como votar nas eleições?
É importante se preparar com antecedência não só para escolher bem seus candidatos, mas também para saber seu local de votação. É possível descobrir isso no site do TSE ou no aplicativo e-Título. Os TREs também oferecem atendimento presencial e por telefone ao público.
O TSE estimula que o eleitor leve junto consigo para a urna uma colinha eleitoral com os números de seus candidatos.
Com quantos anos posso votar?
Já pode votar quem tem 16 e 17 anos, mas nesses casos, o voto é facultativo. A partir dos 18 anos, o voto é obrigatório. Essa regras valem para idades atingidas na data da votação.
O voto também é facultativo aos maiores de 70 anos e aos analfabetos.
Posso votar em outra cidade?
Todo eleitor tem seu domicílio eleitoral, que na prática, é um município. Não é possível estar vinculado a mais de um domicílio eleitoral ao mesmo tempo.
Nas eleições municipais não há possibilidade de voto em trânsito, como ocorre nas eleições para presidente da República e governador.
Portanto, quem não estiver no seu domicílio eleitoral e não puder votar deverá justificar a ausência no dia da votação.
Posso votar com o RG?
De acordo com o site do TSE, o eleitor que souber seu local de eleição pode votar apenas com um documento oficial com foto, sem exigência do título de eleitor.
Com ou sem título em mãos, são aceitos como documento oficial com foto: carteira de identidade, passaporte, carteira de categoria profissional reconhecida por lei, certificado de reservista, carteira de trabalho ou carteira nacional de habilitação.
Também é possível usar o e-Título. Mas essa possibilidade só é válida se a sua foto aparecer no aplicativo. Caso não esteja aparecendo, não será considerado válido para votar.
Certidões de nascimento e casamento não valem como documento para votar.
Posso usar o celular na hora do voto?
O eleitor não poderá ingressar na cabine de votação portando celular, máquinas fotográficas e filmadoras. Caso descumpra essa regra, pode ter de pagar multa de até R$ 15 mil e ser preso. Nada de selfies ou gravações do voto na urna, portanto.
Se eu votar só para um dos cargos em disputa, meu voto é invalidado?
Não. Cada voto é contabilizado separadamente e um não invalida os demais.
Qual a diferença entre voto branco e nulo?
Não há diferença entre voto branco e voto nulo para a contagem dos votos, ambos são excluídos da totalização dos resultados.
O eleitor vota em branco quando pressiona a tela branca da urna eletrônica e confirma. Já o voto nulo ocorre quando há erro de digitação. Se o eleitor digitar um número que não corresponda a partido ou candidato, o voto é anulado.
Quando sai o resultado das eleições?
Como a votação é feita por meio da urna eletrônica, o processo de apuração é relativamente rápido.
A apuração começa a ser divulgada a partir das 19h de Brasília.