Apesar de frigoríficos habilitados para a China, setor de pescados tem ano atípico de demanda em época de quaresma
A quaresma tradicionalmente serve de termômetro para a venda de pescados no Brasil que, de acordo com Victor Leite, sócio e gerente da Zaltana Pescados, possui duas realidades: “Por um lado temos estados que tem um grande consumo de peixes oriundos da região Amazônica, como é o caso do Tambaqui. No entanto, nos estados mais próximos da costa, os consumidores possuem maior preferência para peixes de mar”, explicou.
Nove Estados brasileiros tiveram 11 novas plantas frigoríficas habilitadas para exportação de peixes de cultivo, especialmente a tilápia, para a China, informa a Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR). De acordo com a entidade, essa possibilidade estava sendo negociada desde o ano passado e permitirá aumentar as vendas para o gigante asiático, principal destino das exportações brasileiras.
“Nosso potencial de produção é enorme e com a demanda de peixes de cultivo pela China temos a chance de alavancar exponencialmente os nossos números”, disse em nota o presidente da Peixe BR, Francisco Medeiros, acrescentando que a entidade vinha atuando junto ao Ministério da Agricultura do País para aumentar a confiança na qualidade do produto e eliminar possíveis falhas ou irregularidades de fornecimento.
As empresas habilitadas para exportação de tilápia para a China a partir de agora, segundo a Peixe BR, são Copacol (PR), Netuno (BA), Trutas NR (MG), Vitalmar (SC), Global Food (SP), C.Vale (PR), Zaltana (RO), Frigopesca (MT), Lakes Fish (GO), Pescado DuVale (RO) e Bem Bom Pescados (GO).
Em 2019, a produção de tilápia no Brasil chegou ao total de 432,1 mil toneladas, representando 57% do setor de piscicultura, um aumento de 7,96% em relação a 2018. Com o resultado, o País se tornou o quarto maior produtor da espécie no mundo, segundo dados da Peixe BR. Em relação às exportações, o volume cresceu 19% em 2019 ante o ano anterior, tendo como principais destinos a China, Estados Unidos e Japão.