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Ministério da Agricultura determina suspensão da exportação de pescado para a União Europeia a partir do dia 3

A exportação de pescado para a União Europeia será suspensa a partir do próximo dia 3 de Janiero em razão de auditoria realizada em setembro pelos europeus que apontou irregularidades sanitárias no produto brasileiro.

A suspensão, temporária, foi determinada pelo Ministério da Agricultura, que adotará um plano de ação a fim de responder aos questionamentos, dar solução para os problemas identificados e tentar evitar uma suspensão unilateral da exportação pela União Europeia.

Os principais peixes brasileiros vendidos para o exterior são o atum, a lagosta e o tamboril, o chamado “peixe-sapo”.

A maioria das empresas produtores fica no litoral situado entre o Espírito Santo e o Rio Grande do Sul. Mas o estado que mais exporta para a União Europeia é Santa Catarina, onde os fiscais europeus fizeram a auditoria.

Por amostragem, eles foram a dez empresas e identificaram irregularidades em seis. Os problemas apontados são relacionados à estrutura dos estabelecimentos, manuseio e falhas nos barcos pesqueiros.

Não foram fiscalizados peixes de cultivo, como a tilápia, mas todo o mercado está impedido de exportar.

O presidente da Associação Brasileira de Piscicultura, Francisco Medeiros, foi nesta terça ao Ministério da Agricultura para pedir que o governo atue a fim de reverter a medida.

Ele defende a suspensão da exportação somente de unidades produtoras que, de fato, apresentem problemas.

“A maioria das plantas estão funcionando dentro da legalidade, inclusive com certificações europeias e americanas, e não justifica essa proibição”, declarou.

A exportação de pescados para a União Europeia movimenta US$ 62 milhões por ano, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Pescado.

O diretor da entidade, Christiano Lobo, a medida pode afetar outros mercados que importam pescado do Brasil.

“Se houver uma contaminação para outros mercados, a gente está falando de um prejuízo muito grande para o Brasil, de uma cadeia que consome mão-de-obra intensiva, como é a de pescados”, afirmou.

 Segundo ele, em vez de adotar uma “tão drástica”, o Ministério da Agricultura poderia solicitar correções aos estabelecimentos nos quais as deficiências são normalmente encontradas.

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luis Eduardo Rangel, disse que não foram encontrados sinais de contaminação no pescado e que o governo vai montar um plano para resolver os problemas.

“A gente verifica com muita profundidade o produto. Mas os europeus então levantaram os seus olhos para as estruturas que envolvem o que nós entendemos ter uma correlação importante com a qualidade do produto”, disse.

“Então, o ministério vai agora mudar inclusive a sua forma de fazer a fiscalização, intensificando modelos de fiscalização que preservem essas exigências, esse nível de excelência que o europeu gostaria de ver. E aí todo mundo ganha com isso, inclusive o consumidor brasileiro”, declarou.

Fonte: Ministério da Agricultura

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