O Ministério das Relações Exteriores confirmou, por meio de nota, nesta segunda-feira (16/6) que um primeiro grupo com 12 autoridades brasileiras deixou Israel por via terrestre, com destino à Jordânia, após o fechamento do espaço aéreo israelense em decorrência dos recentes ataques ao Irã. As autoridades faziam parte de duas comitivas oficiais que estavam em missão a convite do governo israelense, mesmo após o alerta consular da Embaixada do Brasil em Tel Aviv, que desde outubro de 2023 desaconselha viagens não essenciais ao país.
Entre os evacuados estão dois prefeitos de capitais. O grupo seguirá até a Arábia Saudita, de onde fretou um voo para retornar ao Brasil. Segundo o Itamaraty, outras 27 autoridades ainda permanecem em Israel e aguardam uma solução para deixar o país. O governo israelense propôs uma evacuação similar, por terra até a Jordânia, com embarque posterior em voos comerciais.
De acordo com a nota, a operação de retirada do primeiro grupo foi viabilizada graças à articulação direta do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, com o chanceler da Jordânia, durante o fim de semana. As embaixadas brasileiras em Amã, Tel Aviv e Riade prestaram apoio logístico e diplomático à operação.
Acusação
O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel e integrante de uma das comitivas, criticou publicamente o que chamou de “ausência absoluta” do Itamaraty nas negociações para garantir a segurança e a retirada dos brasileiros. Segundo ele, os próprios membros da comitiva teriam articulado a saída do grupo com autoridades estrangeiras.
A declaração foi rebatida pelo Ministério das Relações Exteriores, que reafirmou sua atuação direta e ininterrupta na coordenação das medidas de segurança e logística para retirada dos brasileiros.
Além disso, a Embaixada do Brasil em Tel Aviv divulgou um alerta para tentativas de golpe envolvendo supostas vagas em voos de evacuação. Criminosos estariam utilizando aplicativos de mensagens para oferecer passagens falsas em voos para deixar Israel, apesar do fechamento do espaço aéreo. O Itamaraty reforçou que as únicas informações oficiais são as publicadas nos canais da embaixada e na seção de “Alerta Consular” do site do Ministério.
Por Giovanna Sfalsin