InícioÚltimas notíciasTxai Suruí e mais 23 ativistas são candidatos a 'jovem campeão' da...

Txai Suruí e mais 23 ativistas são candidatos a ‘jovem campeão’ da COP30

A presidência da COP30 deve definir até o final da semana quem vai representar a conferência junto à juventude. Após analisar 154 inscrições, a Secretaria Nacional de Juventude, parte da Secretaria-Geral da Presidência da República, divulgou a lista de 24 candidaturas habilitadas para o posto, com idades entre 18 e 35 anos. Com maioria feminina (82%), a lista inclui algumas das principais lideranças do ativismo climático no Brasil, como Txai Suruí, Paloma Costa, Beatriz Azevedo de Araújo e Marcele de Oliveira.

Txai Suruí foi a primeira indígena a discursar na abertura de uma COP do Clima, em 2021, quando se tornou conhecida pelo Brasil e pelo mundo, acumulando milhares de seguidores nas mídias sociais — e também passando a sofrer mais ataques e ameaças. Filha de duas lideranças indígenas, o cacique Almir Suruí e a indigenista Neidinha Suruí, Txai atua em Rondônia na organização Kanindé e coordena o Movimento da Juventude Indígena.

Sem remuneração, o posto de ‘jovem campeão’ (tradução livre do termo em inglês youth champion) prevê a promoção da participação da juventude na COP30, o que também deve implicar uma mediação junto à presidência da COP sobre demandas da juventude para as negociações climáticas.

A decisão de eleger uma liderança jovem para a COP foi assinada em 2023, na COP28, em Dubai, com a intenção de aumentar o engajamento da juventude nos processos de negociação climática.

Jovens brasileiros têm marcado presença nas COPs do Clima na última década, com delegações encabeçadas por organizações como Engajamundo e Fridays for Future Brasil. Esses grupos se dividem entre a atuação nos bastidores, junto a diplomatas, e os protestos públicos, com marchas e cartazes.

Após três edições consecutivas em países sob regimes autoritários – Egito (2022), Emirados Árabes Unidos (2023) e Azerbaijão (2024) – a preparação para a 30ª edição da COP acontece sob a expectativa de maior participação pública de ativistas climáticos de todo o mundo.

No Brasil, a aposta de boa parte das ONGs e movimentos sociais é influenciar a agenda da presidência da COP ao longo do ano. Por isso, a escolha de uma figura que represente fielmente um setor pode definir o nível de alinhamento da sociedade com a COP30, ainda durante o preparo da conferência.

Além do jovem campeão, a presidência da COP30 deve escolher ainda uma figura mais antiga e tradicional das COPs do Clima: o High-Level Champion, responsável pela mediação com o setor privado.

Sem edital de chamamento, a nomeação deve ser feita a partir de indicações de lideranças de setores econômicos relevantes para o clima, como o agronegócio e o setor energético. Um dos favoritos para o cargo é Marcello Brito, que foi presidente da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio) e secretário-executivo do Consórcio da Amazônia. Até o momento, a presidência da COP30 não sinalizou um prazo para a escolha, tradicionalmente feita no início do ano de cada COP.

Ana Carolina Amaral Colaboração pra Ecoa, de São Paulo.

- publicidade -spot_img
- publicidade -spot_img
- publicidade -spot_img
- publicidade -spot_img
- publicidade -spot_img

Mais lidas