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Uma pausa para (saber mais sobre) o café

A segunda bebida mais consumida no país é vilã ou aliada?

Ele já foi parar no banco dos réus diversas vezes. Há épocas nas quais é tido como vilão, em outras como um aliado da saúde. Mas uma coisa não há dúvidas: o café faz parte da rotina dos brasileiros.

No café da manhã, na parada rápida na padaria, nas pausas do trabalho, depois do almoço, nas conversas com os amigos, nas reuniões… Adoçado, amargo, com leite, expresso, macchiato, no capuccino… Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o consumo médio por ano dos brasileiros alcançou 839 xícaras por pessoa em 2018. Esse dado mostra que o café é a bebida mais consumida no país depois da água.

E apesar de ser consumida há milênios, é uma bebida que soube se rejuvenescer. Com novas formas de produção, grãos e preparos – que pedem novos sabores e aromas, o café entrou na era da “gourmetização”. O consumidor está experimentando novas formas de consumir cafés.

O café faz parte do desenvolvimento econômico e social do Brasil desde 1727, quando houve a entrada dos grãos desta importante cultura

HISTÓRIA

Os primeiros registros sobre o uso do café indicam sua origem na África, região na qual hoje é a Etiópia, onde o fruto ainda cru era macerado e misturado a outros ingredientes nas refeições. Com a descoberta da sua versatilidade e da infusão (processo de adicionar água fervente para extrair um líquido com as substâncias do grão), ganhou o mundo árabe e a Europa.

Seu poder estimulante foi observado por volta de 570 d.C. no Iêmen, que ocupa a extremidade sudoeste da Península da Arábia, quando pastores perceberam que as cabras ficavam mais agitadas depois de começar os frutos vermelhos. A ciência, muito tempo depois, comprovou que a cafeína estimula o sistema nervoso central, ajudando a memória, raciocínio e na concentração.

Durante, pelo menos, dois séculos – especialmente no XIX, a cafeicultura reinou no Brasil, sendo o principal produto de exportação. Esta dependência do café possibilitou que ele entrasse definitivamente no cotidiano e na cultura do país.

Na nossa região, foi o responsável pelo desenvolvimento de diversas cidades, como Amparo, que foi uma das maiores produtoras do país e que a riqueza da época ainda pode ser vista nos casarões dos barões do café, com destaque para o Barão de Campinas e Coronel Luiz Leite, e as fazendas centenárias, muitas delas hoje voltadas ao turismo e hotelaria. Muito desse progresso foi impulsionado com a construção das linhas de ferro da Cia. Mogiana, que levava a produção cafeeira da região ao porto de Santos. Contudo, a dependência da economia local com o café teve seu lado negativo com a crise do preço e a chamada Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque.

SAÚDE

Apesar de ser uma bebida tão comum e consumida diariamente, por grande parte dos brasileiros, a maioria das pessoas desconhece as suas substâncias e pensam que ela contém principalmente a cafeína em sua composição. Porém, há uma variedade extensa de nutrientes. Sua composição química, em especial depois da torrefação, garante a presença de macro e micro nutrientes e diversas características de amora e sabor.

Pesquisas realizadas em diversos países, incluindo o Brasil, revelam que o café pode fazer muito bem à saúde. O consumo diário moderado – 3 ou 4 xícaras por dia – contribui para prevenção de diversas doenças como diabetes nos adultos (recordando a importância de observar quando e como adoçado), câncer de fígado, cólon e mama, além de doenças como a de Parkinson e outras ligadas ao coração.

Além da cafeína, o café possui fenóis vegetais, como os ácidos clorogênicos, que têm poder antioxidante que ajudam a inibir as inflamações e, com isso, reduzir o risco de doenças cardiovasculares – afetam o coração e/ou os vasos sanguíneos –  e outras doenças inflamatórias prolongadas, o que beneficia consideravelmente nossa saúde e bem estar. Outro aliado é o potássio, mineral que relaxa as paredes dos vasos sanguíneos, atuando para manter a pressão sob controle, além de proteger de contrações musculares. já por outro lado, pacientes renais crônicos devem controlar o consumo do café devido ao fácil acúmulo de potássio no sangue.

O modo de preparo também influencia na retenção dessas substâncias. Duas delas, o cafestol e o kahweol, são capazes de aumentar o nível de colesterol no sangue, contudo, se o café for preparado usando um filtro de papel ou de pano, consegue-se reter boa parte dessas substâncias, assim como no café instantâneo, ou solúvel, que têm baixos níveis de cafestol e o kahweol, ou seja, indicado para quem tem colesterol alto.

CONSUMO

O indicado é que a primeira xícara seja tomada na primeira hora após acordar

Uma grande dúvida é a dose adequada de consumo do café. Por ser uma bebida estimulante, é necessário que se tenha um consumo moderado. Cada pessoa deve buscar a dose que a satisfaz considerando também seu estilo de vida (como tipo de trabalho, quantidade de sono, horários de atividades etc.) , problemas de saúde se o caso (como gastrite e irritação no estômago), e outros elementos.

O intervalo de consumo também deve ser observado. O indicado é que a primeira xícara seja tomada na primeira hora após acordar e as demais com periodicidade de ao menos duas horas. Por ser uma bebida diurna, deve-se evitar de consumi-la ao menos em excesso no período da noite para não prejudicar o sono.

Aceita um cafezinho?

Qual a dose ideal de café para consumo diário?

  • Até 10 anos de idade
    • no máximo 200ml por dia
  • de 10 a 15 anos de idade
    • no máximo 350ml por dia
  • de 15 a 20 anos de idade
    • no máximo 400ml por dia
  • de 20 a 60 anos
    • no máximo 600ml por dia
  • acima de 60 anos de idade
    • no máximo 350ml por dia

Por Primeiro Assunto

Fonte:  Associação Brasileira da Indústria de Café

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