Produtor do Rio de Janeiro deixou de gastar R$ 1 mil desde que recebeu orientação sobre o adubo agroecológico
A técnica da vermicompostagem é uma alternativa para reduzir os gastos com a adubação da lavoura. Com o uso de minhocas para a decomposição de matéria orgânica, a prática produz adubo agroecológico com qualidade e baixo custo. Nos últimos meses, o programa Rio Rural tem orientado e incentivado produtores na produção do próprio adubo por meio da prática.
O produtor Afonso Almeida, da microbacia Campo de Areia, conseguiu reduzir os gastos depois que começou a vermicompostagem. Na propriedade de menos de dois hectares, ele cultiva quiabo, maxixe, feijão de corda e abacaxi. Antes de ser apresentado a técnica, ele gastava R$ 1 mil por caminhão de esterco comprado para realizar a adubação. Agora, Almeida aprendeu a aproveitar a matéria orgânica da vaca que produz leite na propriedade.
Para ajudar no processo de fertilização, a esposa do produtor, Delza da Silva, deposita no canteiro cascas de frutas e verduras. Por mês, eles conseguem produzir meia tonelada de húmus. “O manejo é fácil e eu gostei bastante do resultado”, diz Almeida. “A planta cresce bem mais rápido e mais forte, e o bom é que agora vou gastar menos dinheiro.” Aprenda com Almeida a realizar a vermicompostagem na fazenda:
1 – Recolhendo a matéria orgânica
O esterco aplicado no minhocário da propriedade do Almeida vem da vaca que produz leite para a família. A coleta é feita diariamente e colocada em um local para ser misturado com palha e restos de folha. Todo esse material precisa ficar secando por cerca de 30 dias, até ficar completamente curtido.
2 – Tanques de vermicompostagem
Para começar a produzir o adubo, o produtor precisou instalar um canteiro de minhocompostagem com três tanques. O primeiro é usado para armazenar o esterco bovino. O segundo para misturar o material com as minhas minhocas, quando começa o processo de decomposição da matéria orgânica e são liberados os nutrientes. Enquanto as minhocas fazem a digestão, qualquer matéria orgânica colocada na mistura também é decomposta pelos vermes. Após 40 dias, o material vai para o terceiro tanque e está pronto para ser aplicado na plantação.
3 -Húmus: o mais completo dos fertilizantes naturais
O resultado dessa decomposição é o húmus, considerado o mais completo dos fertilizantes naturais, pois tem a vantagem de ser melhor absorvido pelas plantas. A quantidade de húmus necessária para adubação é quase oito vezes menor do que a de adubo orgânico convencional. “A matéria orgânica é essencial para o crescimento da horta, pois é ela quem confere umidade ao solo”, diz Cid Retameiro, técnico executor do Rio Rural. “Cada vez que você vai colocando mais matéria orgânica, como o húmus, a vida de microorganismos vai sendo melhorada e aqui em São João da Barra o solo é muito arenoso e pobre, então essa prática ajuda bastante.”
Por Naiara Araújo