Técnica ensina a produzir sete arrobas na desmama, sete na recria e sete arrobas durante a fase de engorda
A técnica foi desenvolvida pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e, segundo o pesquisador Flávio Dutra de Resende, estima-se que atualmente a técnica responde por cerca de 15{b160333f6ceb1080fb3f5716ac4796e548b167cdf320724da9e478681421f6da} da produção de bovinos no Brasil. Para o pecuarista que quer adotar a técnica e elevar a produtividade, a primeira orientação é avaliar os resultados obtidos na fazenda e estabelecer metas. Confira a seguir algumas dicas para produzir o boi 7.7.7.
1 – Desmama: bons pais vão gerar um bom bezerro
A primeira pergunta que o pecuarista deve responder é se ele está conseguindo sete arrobas na desmama. Segundo o pesquisador Flávio Dutra, o problema é quando o produtor está conseguindo seis ou menos arrobas. Uma das dicas para melhorar o desempenho na primeira fase do boi 7.7.7 é o investimento em genética. “Ainda se utiliza touro de boiada no sistema de gado de corte e isso não ajuda a promover o melhoramento genético”, afirma Dutra. Se a genética da mãe e do pai não for boa, o bezerro terá dificuldade para ganhar peso.
Para conseguir sete arrobas ou mais na primeira fase é preciso ficar atento às verminoses e infecções, problemas que interferem diretamente no crescimento. Manter o rebanho em áreas de pastagens degradadas também é prejudicial, por isso é muito importante oferecer boas condições para que a vaca possa se alimentar adequadamente e reproduzir com qualidade.
2- Recria: o pasto sozinho não faz milagre
Nesta fase, o pecuarista deve responder a seguinte pergunta: quantas arrobas estou conseguindo após a desmama? De acordo com o pesquisador da Apta, menos de cinco arrobas nesta fase significa prejuízo.
Para ter sucesso na recria o produtor precisa investir em suplementação. Dutra diz que o pecuarista desmama o bezerro e o coloca no pasto, geralmente no período de seca, o que intensifica a perda de peso. “O animal sai do pé da mãe e tem que se virar sozinho, então a gente tem que socorrê-lo com suplementação.”
Para atingir as metas, a suplementação deve ser estratégica e o que vai determinar isso são as condições da pastagem. “O que a gente tem recomendado pós-desmama varia de uma a três gramas por quilo de peso vivo”, diz Dutra. “Isso representa de 5 a 10{b160333f6ceb1080fb3f5716ac4796e548b167cdf320724da9e478681421f6da} da dieta, o restante vem do pasto.”
3 – Engorda: o negócio é confinar
Seguindo as instruções anteriores e investindo em confinamento ou semiconfinamento, o produtor pode conseguir as últimas sete arrobas e ter um animal pronto para o abate em até 22 meses.
O pesquisador diz que o confinamento pode ser executado de duas formas. A primeira é o uso de cochos para quem já tem a estrutura física pronta na fazenda. A segunda opção é o confinamento a pasto, recomendado para quem não tem a propriedade adaptada para o confinamento convencional. “O que é importante é o estabelecimento da meta e avaliar se ela foi atingida”, diz Dutra. “O pecuarista que não avalia não consegue usar esse sistema.”
Por Naiara Araújo