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Pecuaristas discutem durante três dias melhorias para o setor ´´ O grito da Pecuária“

A baixa no preço na arroba do boi em Rondônia tem prejudicado aos criadores. Para buscar uma saída, os pecuaristas decidiram se juntar e discutir alternativas para enfrentar o desafio de assegurar a devida valorização à carne rondoniense.

 

O presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho (PP), os deputados estaduais Rosângela Donadon (PMDB) e Luizinho Goebel (PV), junto com o vice-governador Daniel Pereira (PSB) participaram da reunião em Vilhena, na manhã desta segunda-feira (25), que marcou o início do manifesto denominado “Grito da Pecuária”.

“Temos que tomar uma decisão, uma posição firme, para mostrar que não aceitamos essa prática de cartel, que derruba os preços aos produtores, causando prejuízos, mas não baixou o preço da carne nos açougues e mercados”, afirmou Maurão.

O presidente acrescentou que a Assembleia já instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para apurar essa formação de cartel. “Com essas reuniões, há o fortalecimento das discussões, com a participação dos criadores, sugerindo alternativas e definindo uma estratégia para enfrentarmos essa situação prejudicial a todos”.

Luizinho Goebel disse que, no passado, se concedeu incentivos fiscais para a instalação dos frigoríficos, que era uma necessidade à época. “Aqui, estamos para ouvir as sugestões e as necessidades dos pecuaristas, para fazermos os encaminhamentos necessários”, pontuou.

Rosângela Donadon (PMDB) também se posicionou favorável a preços melhores na arroba do boi em Rondônia. “A Assembleia tem se mobilizado em defesa dos criadores, que produzem a melhor carne do país, com sanidade animal, mas recebem pouco. Isso precisa acabar”, completou.

O vice-governador disse que a briga não é para fechar os frigoríficos, mas que eles cumpram o que se comprometeram quando se instalaram. “Colocamos-nos à disposição para colaborar, contribuir e somar forças em torno de uma solução para o impasse. Preço, sabemos que é o mercado quem estabelece. Mas, a arroba do boi em Rondônia está muito abaixo do valor”, assegurou.

Criadores se manifestam

Criadores de Vilhena e do Cone Sul participaram das discussões, contribuindo com sugestões que serão encaminhadas para a discussão final em Porto Velho, prevista para a próxima quarta-feira (27). Hoje terça-feira (26), estão programadas reuniões para Cacoal, Ji-Paraná, Jaru e Ariquemes.

O presidente da Associação dos Pecuaristas de Rondônia, Adélio Barofaldi, fez um discurso duro, chamando a atenção para a necessidade de uma tomada de decisões firmes.

“As ações que precisamos tomar são de embate com os grupos frigoríficos. Temos que ter definida uma estratégia e tomarmos atitudes imediatas, de forma conjunta. Vamos mostrar a nossa insatisfação, que temos forças e estamos unidos nesta luta”.

Pecuaristas questionam a concessão de incentivos para grupos ou plantas frigoríficas, além da formação de cartel pelos frigoríficos.

“O grupo JBS Friboi compra quase a metade da carne em Rondônia e tem puxado o preço para baixo, fato que é seguido pelos demais frigoríficos. Uns chamam de cartel, outros de alinhamento de preços. Na verdade, o que há é um prejuízo aos criadores, que sofrem com a queda no preço da arroba”, declarou Hélio Dias, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia (Faperon).

Um dos questionamentos é em relação ao incentivo fiscal concedido aos frigoríficos. “Eles são beneficiados, mas não estão dando a contrapartida. Pelo contrário, estão prejudicando a quem trabalha e produz a riqueza de Rondônia”, completou Dias.

Alguns produtores se manifestaram favoráveis até que a pauta seja zerada, para a venda a outros Estados. A aferição das balanças dos frigoríficos, pelo Instituto de Pesos e Medidas (IPEM) também foi ventilada.

O produtor Fábio Andreazza deu a sua contribuição para o debate. “A minha sugestão é de que as unidades que abatem abaixo de 60{b160333f6ceb1080fb3f5716ac4796e548b167cdf320724da9e478681421f6da} da sua capacidade, percam os incentivos. Ou seja, não subsidiar a quem está com a sua planta ociosa, sem gerar emprego e sem abater”, acrescentando que é preciso baixar a pauta do boi.

O criador Eliseu Fernandes defendeu que a pauta do boi seja zerada. “Isso pode ser feito por decreto, muda-se e depois de se observar seus efeitos, se fazem os ajustes necessários”.

Já José Genaro, que foi secretário estadual de Finanças, lembrou que a carne não gera muita receita, mas é a maior cadeia produtiva da economia rondoniense.

“Temos que tomar uma medida de impacto, como zerar a pauta do boi e do bezerro para a venda em outros Estados. Mas, quero destacar a necessidade de nos unirmos e falarmos uma língua só e essa mobilização não pode morrer aqui, mas se fortalecer a cada vez mais”, acrescentou.

Falando em nome da Agência Idaron, Fabiano Alexandre mostrou dados sobre o rebanho bovino de Rondônia, com quase 13,5 milhões de cabeça. O fator que chamou a atenção é a saída de animais vivos para outras unidades da Federação, especialmente de machos com até 24 meses. O Governo baixou recentemente a pauta do boi para venda fora de Rondônia.

 

Reunião em Cacoal

À tarde, no parque de Exposições em Cacoal, produtores da região se reuniram com parlamentares e membros do Executivo e das entidades que encabeçam o movimento. A reclamação contra os baixos preços da arroba do boi, pago aos criadores pelos frigoríficos, foi o tema central da reunião.

A deputada Glaucione Rodrigues (PSDC) participou das discussões e se colocou à disposição para contribuir com o debate. “Fui uma das deputadas que assinou o requerimento para a abertura de uma CPI para apurar a possível formação de um cartel por parte dos frigoríficos, por entender que quem trabalha e produz, não pode ser prejudicado”, informou.

Os criadores locais também contribuíram para a construção de um plano de trabalho para enfrentar o momento de queda no preço da arroba boi.

 

ALE/RO – DECOM – [Eranildo Costa Luna]

Foto: Assessoria

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