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Governo investe para reduzir custo da produção do pirarucu em Rondônia

O trabalho de incentivo à criação do pirarucu de cativeiro é uma realidade em Rondônia. O Governo do Estado está investindo no trabalho de novas tecnologias para diminuir o custo de produção e também no incentivo para atrair investidores para processar o peixe,

que tem carne nobre e mercado nacional e internacional garantido. O pirarucu é um dos maiores peixes de água doce do mundo, podendo atingir três metros e até 200 quilos. No Brasil, essa espécie nativa é encontrada nos rios da bacia amazônica.
Por ser um peixe muito consumido pelos moradores da Amazônia, o Governo de Rondônia passou a incentivar a criação em cativeiro. Segundo o médico veterinário Carlindo Pinto “Maranhão”, da Superintendência de Desenvolvimento de Rondônia (Suder), responsável por diversos modelos sustentáveis no estado, o foco principal é a redução de custo, principalmente de alimentação que corresponde a 70{b160333f6ceb1080fb3f5716ac4796e548b167cdf320724da9e478681421f6da} do custo total.
“O pirarucu é um peixe nobre, que tem maior rendimento de filé em relação ao maior peixe tradicional do mercado internacional, que é a tilápia”, afirmou Maranhão, ressaltando que o caminho para chegar ao processamento de forma viável é fazer com que o pirarucu se torne mais acessível. Alternativas inovadoras estão sendo implantadas e os resultados estão superando as expectativas.
PROJETO PIRALEITE
Carlindo Maranhão conseguiu desenvolver o projeto Piraleite, que é a junção da criação do pirarucu com a produção de gado leiteiro, reutilizando a água e os resíduos da ração dos peixes para irrigar o pasto. A metodologia possibilita dobrar a produção de peixe por tanque, enquanto a produção de leite passa de seis litros por dia por hectare para 100 litros.
Maranhão explicou que ao invés de utilizar o tanque escavado, utiliza-se o tanque revestido com uma lâmina plástica. Com esse sistema aproveita os resíduos da ração dos peixes e a água que sai por uma canalização segue para outro tanque que não é revestido. Nesse tanque que é chamado de pulmão a água passa por um processo de reciclagem, a amônia é transformada em nitrato e a água tratada é utilizada em um processo de irrigação da pastagem.
Segundo o médico veterinário, o projeto de integração com pirarucu com gado leiteiro possibilitou aumentar a produção de leite. “Isso é possível porque as vacas recebem alimentos nutritivos, graças aos nutrientes da ração dos peixes que até então eram descartados no meio ambiente” afirmou.
A produção de pirarucu também dobrou, pois o tanque laminado oferece essa possibilidade de descarte do resíduo. O Governo do Estado tem trabalhado em parceria público/privada com o intuito de buscar alternativas sustentáveis para aumentar a produção e também preservar o meio ambiente.
Outro experimento que está sendo testado é a alimentação do pirarucu com outras espécies de peixes. Vários tanques pequenos com pirarucus filhotes são colocados dentro de um tanque grande com outras espécies de peixes também filhotes. Quando joga a ração nos tanques dos pirarucus as outras espécies entram no tanque para comer a ração e são devorados pelos pirarucus. Uma espécie de armadilha, que tem dado certo.
Os pirarucus de cada tanque consomem 16 quilos de ração em um período de 30 dias, com esse sistema a quantidade de ração caiu para cinco quilos, uma economia de quase 70{b160333f6ceb1080fb3f5716ac4796e548b167cdf320724da9e478681421f6da}, o que deixa o custo de produção viável para o produtor. O experimento vem sendo desenvolvido há quatro meses e os resultados têm ultrapassado as expectativas de Carlindo Maranhão, que tem trabalhado para reduzir os custos de produção.
Esses modelos sustentáveis estão sendo desenvolvidos na Fazenda Bem Te Vi, que fica na BR-364, em Porto Velho. A intenção do governo é tornar esses projetos referencias para que o produtor de Rondônia possa usufruir dessas tecnologias de forma gratuita. O governo também trabalha para atrair investidores para processar o peixe.
RASTREABILIDADE

O governo também tem incentivado a criação de pirarucu de cativeiro dentro das normas exigidas pelos órgãos fiscalizadores. Os peixes (casais) de reprodutores usam chip para identificação, assim todos os alevinos (filhotes) são rastreados, ou seja, têm origem, pois o pirarucu nativo está ameaçado de extinção e desta forma tanto o comerciante quanto o consumidor conseguem identificar a origem do peixe.

Fonte: ariquemesonline.com.br

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