A cartilha “Criação de Tambaquis” traz informações atualizadas sobre a criação desse peixe, que é a espécie nativa mais produzida no Brasil, com uma produção de 90 mil toneladas em 2017, segundo o IBGE. Com linguagem simples e acessível, a publicação reúne informações úteis sobre as dúvidas mais frequentes dos produtores da região.
A publicação está dividida em três partes que tratam sobre densidade de estocagem (quantidade de peixes por tanque), qualidade da água e manejo alimentar. Para a bióloga Roselany Corrêa, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental e uma das autoras da cartilha, a rusticidade do tambaqui favorece a criação em sistemas semi-intensivos e intensivos, mas “para o sucesso da criação desta espécie, é fundamental atentar para vários aspectos relacionados ao manejo, sobretudo o alimentar”, ressalta a especialista.
O estado do Pará é o quarto produtor brasileiro de tambaqui, com 8 mil toneladas em 2017 (IBGE), ficando atrás de Rondônia (30 mil ton/ano), Maranhão (10 mil ton/ano) e Roraima (9 mil ton/ano). É um mercado que movimentou cerca de 60 milhões de reais no estado no ano passado.
“Criação de tambaquis” tem como autores os biólogos Roselany Corrêa, Alexandra Sousa e Heitor Martins Júnior, pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental.
Manejo alimentar
“A alimentação do tambaqui é hoje o principal desafio do produtor”, afirma o técnico Lenildo Silva, da piscicultura Estrela Dalva, do município de Castanhal, Nordeste do Pará. Ele conta que as melhores rações para esse animal, que é exigente em proteína, são produzidas fora do estado e o custo de obtenção delas pesa no bolso do produtor. “A ração tem um impacto econômico de 80% no custo total de produção do tambaqui em cativeiro”, afirma.
A cartilha mostra em detalhes as duas formas básicas de alimentação do tambaqui: seja oferecendo ração até a saciedade aparente do animal ou fixando a quantidade a ser oferecida de acordo com o crescimento dele. A pesquisa da Embrapa já gerou tabelas de alimentação que indicam a quantidade de ração necessária para o animal, por faixa de peso, ao longo do ciclo de criação.
O diferencial da cartilha é que além de apresentar as tabelas de alimentação, mostra também como fazer o cálculo para uma oferta de alimento sem desperdício. “No momento em que o produtor aplica o método, ele tem condições de calcular a quantidade de ração que vai usar diariamente no tanque. Isso evita perda econômica e tem um impacto direto na qualidade da água”, finaliza a pesquisadora.
/A publicação está disponível gratuitamente neste link.
Fonte: Ana Laura Lima (MTb 1268/PA) Embrapa Amazônia Oriental